Economia

Comer em casa vs comer fora: O que sai mais caro para o bolso do brasileiro?

25 ago 2022, 18:30 - atualizado em 25 ago 2022, 16:50
Alimentos
Alta da inflação impacta quem opta por comer em casa e fora do domicílio (Imagem: Shutterstock/suriyachan)

Comer em casa ou optar pelos restaurantes, qual opção vale mais a pena para o bolso do brasileiro? Com a alta da inflação impactando ambas alternativas, pesquisas apontam mudanças no comportamento das pessoas em relação à alimentação.

Segundo os dados mais recentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), divulgado pelo IBGE, nos últimos 12 meses, a alta da alimentação dentro de casa é de 17,37%. Em contrapartida, a alimentação fora de casa subiu 8,06%.

E tem um extra: o botijão de gás acumula alta de 18,96%, sendo um componente que impacta diretamente na alimentação em casa.

Com isso, a alimentação nos restaurantes das empresas cresceu, aponta uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (ABERC), e o restaurante pode ser visto, em um primeiro momento, como a opção mais barata.

Bandejão é alternativa

Segundo levantamento da ABERC, diante do cenário inflacionário e alta dos preços, o tamanho do prato de comida nos restaurantes empresariais aumentou. Só neste ano, a gramagem consumida por pessoa cresceu 8% em relação a 2021.

A pesquisa aponta que, com a dificuldade em comprar alimentos nos supermercados, o trabalhador busca atender as necessidades alimentares neste ambiente.

No entanto, a pesquisa diz ainda que os custos com essa economia que ele faz no bolso vem recaindo sobre as empresas responsáveis pela sua produção e fornecimento.

Segundo o vice-presidente da associação, Rogerio Vieira, o segmento de restaurantes empresariais costumam operar com margens de lucro muito baixas, por isso qualquer variação já se torna logo perceptível. E esse impacto tem sido crescente, especialmente nos últimos três meses.

“O aumento no consumo tem sido devastador para os negócios”, avalia.

Dessa forma, o setor de restaurantes empresariais vem sentindo a inflação pesar no caixa porque mais da metade dos custos de uma refeição (55%) envolvem, justamente, as matérias-primas alimentares e insumos que mais pressionam a inflação, como verduras, legumes, carne, arroz e feijão.

Conforme a pesquisa, atualmente, mais de 14 milhões de trabalhadores brasileiros se beneficiam dos restaurantes empresariais, que atuam de forma terceirizada dentro de indústrias, hospitais e escolas, produzindo e fornecendo refeições balanceadas e completas.

Para a ABERC, no atual cenário econômico, este novo perfil de consumo tende a ser contínuo e deverá se intensificar ainda mais nos próximos meses.

Restaurantes estão mais vantajosos?

Segundo pesquisa realizada pela Ticket, marca da Edenred Brasil de benefícios, apesar das constantes altas no preço dos alimentos, os restaurantes mantêm o valor das refeições abaixo da inflação. Os dados mostram que o preço médio atual da refeição completa é de R$ 40,64.

O estudo compara ainda o aumento do preço da refeição com o da cesta básica nos últimos 10 anos, que, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), foi de 123.3%, passando de R$ 292,11 (média nacional) no fechamento de 2013 para R$ 652,35 em junho de 2022, a Ticket mostra que comer fora de casa tem sido mais vantajoso para o trabalhador.

“Além de adquirir os itens da cesta básica, cozinhar em casa exige outros gastos, com gás, água e energia elétrica, por exemplo. Ao colocar na ponta do lápis, o trabalhador percebe que as refeições fora de casa podem resultar em economia no fim do mês”, comenta Felipe Gomes, Diretor-Geral da marca.

Comer em casa ou comer fora: o que é mais em conta?

Apesar dos números apresentados pelo setor. Para Silvio Campos, mestre em economia pela FGV-SP e economista graduado pela FEA-USP, comer em casa sai mais barato, ainda que a alta registrada para a alimentação no domicílio seja mais alta.

Campos explica que o preço dos alimentos são muito voláteis, o que acaba sendo percebido fortemente pelo consumidor diante da prateleira no supermercado, enquanto os restaurantes absorvem parte dessas altas para não comprometer o preço praticado no estabelecimento.

Dessa forma, esta relação explica o porquê comer fora pode parecer mais barato, contudo, reitera que comer em casa segue sendo mais barato.

Apesar disso, Campos aponta que existem outros fatores que influenciam nessa discussão, como o custo de oportunidade.

Ou seja, há ainda a relação de praticidade envolvida em comer fora, o fato de não passar pelas fases do preparo e até mesmo o pós, como lavar a louça, o tempo envolvido no processo, entre outros.

“Dessa forma, para alguns vai valer a pena aproveitar esses fatores, enquanto para outros, seja por ter um ticket [alimentação] menor, ou às vezes nem tem esse benefício, vão optar pela opção mais barata de fazer em casa”.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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