Começa hoje e vai só até amanhã: mercados se preparam para reunião do Copom em meio à crise no Rio Grande do Sul e balanços do 1T24
O título de hoje poderia fazer parte do reclame de uma liquidação do Mappin ou de uma outra varejista qualquer, mas mantenha a calma. Não quero lhe vender nada.
O que começa hoje e vai só até amanhã é a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
Tradicionalmente, as reuniões nas quais os diretores do BC decidem os rumos da taxa Selic dividem-se em dois dias.
Elas começam na terça-feira, quando é feita uma análise de conjuntura econômica do Brasil e do mundo. Na quarta-feira, os membros do Copom primeiro avaliam as perspectivas para a inflação e então votam a decisão de juros.
Em um passado que hoje já se distancia, a reunião da quarta-feira não tinha hora para acabar. Nas redações, os setoristas de Copom sofriam. O resultado da reunião podia sair às 18h em ponto ou alguns minutos antes do jogo da TV aberta na quarta-feira, quase às 22h.
De alguns anos para cá, porém, raramente a decisão do Copom sai depois das 18h30. Mamão com açúcar.
Para a decisão de amanhã, o mercado está dividido. Uma parte acredita que o Copom manterá a indicação da reunião anterior e promoverá um corte de 50 pontos-base na taxa Selic.
No entanto, uma parcela cada vez maior dos analistas acredita que o corte será menor, de 25 pontos-base.
Para além dos assuntos de sempre, a reunião desta semana provavelmente contemplará o desastre climático que devasta o Rio Grande do Sul.
Deve entrar na conta não apenas o impacto fiscal da reação do governo à tragédia, mas também a provável pressão sobre o preço dos alimentos nos próximos meses.
Enquanto a decisão do Copom não vem, os mercados financeiros internacionais mantêm um certo apetite por risco hoje. Por aqui, os investidores também repercutem a temporada de balanços.
O que você precisa saber hoje
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS
Divididos entre o conservadorismo salutar e a cautela exagerada, Copom e Campos Neto enfrentam um dilema. Na avaliação do colunista Matheus Spiess, os próximos passos do Copom dependem, em grande medida, da reação da economia norte-americana à política monetária do Fed.
TURNÊ DE RESULTADOS
Itaú (ITUB4) deu show? Lucro sobe 15,8% no 1T24 e atinge R$ 9,771 bilhões. Resultado do banco no primeiro trimestre de 2024 ficou levemente acima das estimativas dos analistas; rentabilidade (ROE) atinge 21,9% e supera a dos concorrentes privados.
DE MALAS MAIS QUE PRONTAS
Weg (WEGE3) coloca mais um carimbo no passaporte e prepara a entrada no mercado eólico dos EUA. Os primeiros passos da companhia serão dados com atividades comerciais de captação de contratos de venda e desenvolvimento da cadeia de fornecedores local.
BRIGA NA VAREJISTA
Magazine Luiza (MGLU3): antigos donos do KaBuM! pedem assembleia para responsabilizar Fred Trajano por erro no balanço da varejista. Além disso, o filho de Luiza Trajano e CEO do Magalu é acusado de permitir o vencimento de aproximadamente R$ 40 milhões em créditos da Receita Federal.
CEDEU AOS ENCANTOS DE PARIS?
O recado da China à Europa: o que o presidente Xi Jinping foi fazer na França após cinco anos — e não é só comércio. Ainda esta semana, o presidente chinês fará escalas na Sérvia e na Hungria, aliados da Rússia que cortejaram o investimento chinês.
Uma boa terça-feira para você!