Começa a retirada de óleo de navio encalhado no Maranhão
Duas semanas após o navio MV Stella Banner encalhar a cerca de 100 quilômetros (km) da costa brasileira, no canal da Baía de São Marcos, no Maranhão, as empresas contratadas pela armadora sul-coreana Polaris Shipping começaram a retirar parte das cerca de 3,4 mil toneladas de óleo armazenadas no tanque da embarcação.
A complexa operação de transferência do óleo chegou a ser anunciada para começar entre domingo (8) e terça-feira (10), mas teve que ser adiada devido às condições adversas em alto-mar. Hoje (11), no entanto, com as condições de segurança adequadas, as equipes contratadas puderam começar o serviço.
De acordo com a Marinha, os trabalhos foram iniciados por volta das 14h, após a realização de testes no sistema de transferência.
Além da grande quantidade de óleo necessário para abastecer o MV Stella Banner durante a viagem entre o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, e a China, o navio também está carregado com cerca de 275 mil toneladas de minério de ferro pertencente à mineradora brasileira Vale (VALE3).
O receio de ambientalistas e autoridades marítimas e ambientais é que um eventual vazamento de minério de ferro ou de óleo cause danos ao meio ambiente.
O local onde o navio está encalhado fica próximo ao Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luís, uma unidade de conservação brasileira de proteção integral a 45 milhas náuticas da costa maranhense.
De acordo com o Ibama, foi o próprio comandante do Stella Banner quem manobrou para encalhá-lo, de propósito, em um banco de areia de uma área de menor profundidade do canal da Baía de São Marcos.
A manobra serviu para evitar que a embarcação naufragasse ou ficasse à deriva depois que o comandante constatou que a água do mar estava entrando por uma fissura na proa do navio.
O incidente ocorreu pouco após a embarcação ter deixado o Terminal Marítimo Ponta da Madeira, no último dia 24. Os 20 tripulantes do navio foram resgatados em segurança.
Construído em 2016, o Stella Banner mede 340 metros de comprimento por 55 metros de largura. E é o segundo navio da Polaris Shipping a apresentar problemas após deixar o Brasil carregando minério.
Em março de 2017, o Stellar Daisy naufragou após a tripulação comunicar que havia água entrando na embarcação, que estava adernando a cerca de 2.400 km da costa do Uruguai.
Dias depois do pedido de ajuda, dois tripulantes foram resgatados, mas 22 trabalhadores que estavam a bordo do navio jamais foram encontrados.
Consultada, a assessoria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Brasília, respondeu que ainda está reunindo informações sobre a situação.