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Combustíveis: Há duas opções para evitar greve, diz líder de 800 mil caminhoneiros

11 mar 2022, 18:16 - atualizado em 13 mar 2022, 22:21
Greve dos caminhoneiros
Para líder dos caminhoneiros, o Brasil está se aproximando de um cenário parecido com o de 2018 (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

Com o aumento nos preços dos combustíveis, o temor de uma possível greve dos caminhoneiros assombra transportadoras e consumidores. Apesar do ministro da Infraestrutura afirmar que não vê risco de paralisações no momento, Carlos Alberto Litti, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), diz o contrário.

Em entrevista ao Money Times, o líder sindical afirmou que o risco de uma greve “sempre existe”, ainda mais em cenários como o atual. “Nesse momento, existem duas opções: ou o mercado absorve esses preços ou o governo intervém”, destacou.

Atualmente, a CNTTL representa cerca de 800 mil caminhoneiros, entre autônomos e celetistas. No Brasil, de acordo com a instituição, os profissionais dessa classe giram em torno de 3 milhões.

Apesar de Wallace Landim, conhecido como Chorão, afirmar que a possibilidade de uma paralisação não é considerada no momento, Litti discorda e ressalta que sem uma medida do governo para resolver o problema, a continuidade das operações no setor de transportes se tornará inviável.

“Nós já temos profissionais abandonando suas atividades. Estamos trabalhando para repassar nossos custos para as transportadoras, mas o impacto dessas decisões sobre toda cadeia de consumo é muito grande”, diz. “Estamos lidando com um problema complexo aqui”.

Litti também afirma que, para a CNTTL, toda questão acerca dos combustíveis tem como origem primária a política de preços da própria Petrobras (PETR3; PETR4). “O papel social da Petrobras não é esse, gerar lucro para acionistas estrangeiros. Mas, sim, proteger as riquezas nacionais e garantir uma política justa de preços para o povo brasileiro”.

O representante dos caminhoneiros também prevê grandes impactos da crise no preço dos combustíveis sobre o poder de consumo dos brasileiros. “O resultado disso é inflação na veia”, garante.