Combustíveis: Governo deve intervir na Petrobras, diz maioria dos leitores do MT
O governo deveria obrigar a Petrobras (PETR3; PETR4) a mudar o modo como determina o reajuste dos combustíveis, hoje baseado no Preço de Paridade Internacional (PPI). Pelo menos, é o que defende a maioria dos leitores do Money Times, conforme enquete realizada entre ontem e hoje (11).
Para 58,1% dos participantes, “o governo deve determinar que a Petrobras mude sua política de preços de combustíveis, e deixe de seguir o mercado internacional”. Outros 41,9% se manifestaram contrariamente à medida.
A maioria dos participantes também defende que a Petrobras priorize os impactos sociais e econômicos que podem ser causados pelo reajuste da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, em detrimento da geração de dividendos para os acionistas. No total, 592 pessoas participaram da enquete.
Entenda o que é o Preço de Paridade Internacional (PPI)
Na prática, quer dizer que o petróleo nas refinarias tem seu preço definido com base nas cotações internacionais, mais os custos da internação do produto, como taxas portuárias e transporte, e margens de remuneração de riscos.
Segundo a União Nacional da Bionergia (Udop), “o PPI maximiza a rentabilidade da empresa na venda de combustíveis no Brasil, ao mesmo tempo em que permite um mercado competitivo”.
A Udop ainda explica que “num momento de alta do barril do petróleo e da desvalorização do Real perante o dólar, fica, portanto, mais caro comprar os combustíveis no Brasil”.
Reajuste de combustíveis inflama país
A Petrobras anunciou na quinta-feira (10) que elevaria os preços do diesel em cerca de 25% em suas refinarias, enquanto os valores da gasolina deverão subir quase 19%, na esteira dos ganhos nas cotações do petróleo no mercado internacional em função da guerra na Ucrânia.
A Petrobras afirmou que aumentará o preço do diesel para 4,51 reais o litro, ante 3,61 reais o litro. No caso da gasolina, o valor passará a 3,86 reais o litro, ante 3,25 reais, ambos vigorando a partir de sexta-feira.
A empresa afirmou ainda que o preço médio de venda do GLP (gás de cozinha) para as distribuidoras passará de 3,86 reais para 4,48 reais por kg.
Com Tamires Vitorio e Reuters.