Combustíveis: às vésperas de volta de impostos, abastecer com etanol não está valendo a pena; entenda
Levantamento da Veloe (hub de mobilidade e logística) com a Fipe, divulgado ontem, revelou uma resposta atualizada para o dilema ‘etanol ou gasolina?’ que atormenta a vida de qualquer dono de carro flex.
Apesar de ter o litro mais barato, o Indicador Custo-Benefício Flex, que compara preço e rendimento dos combustíveis, mostra que abastecer o carro com etanol pode custar mais ao bolso do que imagina.
A Fipe menciona que, em janeiro de 2023, o preço médio do etanol hidratado equivalia a 81,6% do valor cobrado pela mesma quantidade de gasolina comum, o que representa o maior nível desde dezembro de 2021 (81,1%). Na média das capitais, a relação foi de 80,8% e atingiu também o maior patamar em mais de um ano (83,2%).
Nos parâmetros utilizados pela Fipe, considera-se que a gasolina é vantajosa quando o indicador for superior a 75%; indiferente entre 65% e 75%; o álcool é vantajoso quando o indicador for inferior a 65%. Os dados utilizados na construção dos indicadores do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade têm como fontes a Veloe, Fipe, ANP e IBGE.
A vantagem da gasolina sobre o álcool é constatada mesmo se considerada a maior tributação do derivado de petróleo com relação ao etanol.
De acordo com dados analisados pela União Nacional de Biotecnologia, a anulação de impostos federais e a redução do ICMS foram responsáveis por uma queda de 19% do preço da gasolina, ante uma diminuição de 13% do etanol — o que comprova a maior sensibilidade da gasolina à tributação.
A isenção federal sobre combustíveis, como vem se discutindo, está com dias contados. A retomada dos impostos é considerada peça chave para o plano de recomposição do cofre da União.
Combustíveis e a estreia do Painel Veloe de Mobilidade
Os dados mencionados compõem o novo Painel Veloe de Mobilidade, um levantamento com publicação mensal e cuja produção é conjuntamente assinada por Veloe e Fipe.
O Painel acompanhará uma série de itens de impacto para o setor de transporte e logística, em especial os preços médios dos combustíveis, entre os quais: a gasolina comum e aditivada; diesel comum e S-10; etanol hidratado; e gás natural veicular.
Com monitoramento de preços em escala nacional, o Painel Veloe pretende, nas palavras do comunicado de lançamento, “oferecer um quadro de acessibilidade do combustível em diferentes regiões do Brasil.”
Encher tanque com gasolina corresponde a quase 7% da renda média familiar
O boletim mensal também foca no impacto que o preço dos combustíveis possui sobre a renda média das famílias.
Ao analisar o preço da gasolina nos últimos três meses de 2022, o Panorama constatou que encher um tanque de combustível com 55 litros de gasolina comum corresponde a 6,8% da renda média domiciliar nacional.
O indicador apresentou uma queda de 2,5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, quando o indicador chegou aos 9,3% — o maior percentual da série histórica. Quando esse indicador diminui, a gasolina fica mais barata em relação à renda.