Com volta aos lucros, construtoras têm maior valor de mercado, diz Economatica
Com a recuperação do setor de construção de edifícios residenciais neste ano, as empresas atingiram seu maior valor de mercado no dia 21 de novembro, totalizando R$ 42,4 bilhões, montante que tem apresentado crescimento contínuo nos últimos seis trimestres. Os números constam de levantamento da Economatica, divulgado na noite desta última segunda-feira.
De acordo com o estudo, em junho do ano passado, as companhias do setor valiam juntas um total de R$ 15,83 bilhões, o que faz com que o crescimento em pouco mais de um ano seja de 167,9%.
Entre as 11 empresas que fazem parte da amostra, a Cyrela Realt é a com maior valor de mercado do setor com R$ 10,5 bilhões no dia 21 de novembro de 2019. A Eztec a segue de perto com R$ 9,97 bilhões e a MRV está no terceiro lugar com R$ 7,79 bilhões. Todas as empresas registram crescimento de valor de mercado no ano de 2019.
Lucro
De acordo com a Economatica, nos últimos 20 trimestres (de dezembro de 2014 até setembro de 2019) o setor teve oito trimestres com prejuízo, sendo o pior momento no 4° trimestre de 2016 quando registrou prejuízo de R$ 488 milhões.
Já nos últimos quatro trimestres, o estudo mostra que o lucro consolidado do setor é positivo e com crescimento constante. O melhor registro da amostra é no quarto trimestre de 2015 com R$ 631 milhões, sendo que no período encerrado em setembro deste ano, as empresas do setor tiveram lucro de R$ 434 milhões.
A MRV (MRVE3) foi a empresa mais lucrativa no terceiro trimestre, com R$ 160,1 milhões, seguida pela Cyrela Realt com R$ 104,3 milhões. Três das onze empresas da amostra registram prejuízo no terceiro trimestre de 2019 e a Tecnisa é tem o maior prejuízo com R$ 52,0 milhões.
Vendas
O levantamento mostra ainda que a receita líquida operacional trimestral das empresas da amostra no trimestre passado foi de R$ 4,2 bilhões. Nos últimos quatro trimestres as receitas do setor têm se mantido em níveis acima de R$ 4,0 bilhões, valor que não era registrado desde dezembro de 2015.
O pior trimestre da amostra aconteceu no primeiro trimestre de 2018 quando as empresas do setor registraram R$ 2,7 bilhões e o melhor registro no quarto trimestre de 2014 com R$ 5,3 bilhões.
A MRV foi a empresa com maior volume de receitas no terceiro trimestre de 2019 com R$ 1,56 bilhões, seguida pela Cyrela Realt com R$ 934,7 milhões.
A Even com R$ 357,9 milhões foi a empresa que tem a maior queda percentual de vendas entre o 3° trimestre de 2019 e 2° trimestre de 2019, a empresa perdeu 39,4% no período.
Rentabilidade sobre o Patrimônio (ROE)
O ROE avalia a qualidade do lucro das empresas e na mediana o indicador do setor no 3° trimestre de 2019 foi de 7,02%.
O setor não registrava ROE positivo há 11 trimestres e o melhor registro da amostra foi no 3° trimestre de 2014 com 12,07%. O pior momento do setor da amostra foi no 3° trimestre de 2017 com mediana de ROE de -8,24%.
No 3° trimestre de 2019 a Trisul teve o melhor ROA entre as empresas da amostra com 15,06%, seguida pela MRV com 14,19%. Somente as duas empresas tiveram ROE acima de 10%.
Caixa
O caixa das empresas no 3° trimestre de 2019 foi de R$ 6,4 bilhões, que é o quinto maior registro da amostra. O maior nível foi no 1° trimestre de 2015 com R$ 6,67 bilhões. No 1° trimestre de 2018 tivemos o menor valor com R$ 4,13 bilhões.
O volume do caixa do setor teve uma contribuição forte da Eztec (EZTC3) que no 3° trimestre de 2019 registrou R$ 1,4 bilhão, valor bem superior aos R$ 420,8 milhões do 2° trimestre de 2019.
A Cyrela (CYRE3) Realt foi a empresa com maior nível de caixa, com R$ 1,49 bilhão no 3° trimestre de 2019.
Dívida Total Líquida
A dívida total líquida (Dívida bruta – caixa) do setor vem caindo pelo nono trimestre consecutivo e no 3° trimestre de 2019 ficou em R$ 5,28 bilhões, registrando o menor valor da amostra desde dezembro de 2014.
A MRV foi a empresa com o maior valor de dívida total líquida no 3° trimestre de 2019 com R$ 2,46 bilhões, seguida pela Helbor com R$ 1,4 bilhões. Três empresas têm dívida líquida negativa, o que na prática significa que as empresas têm caixa maior que a dívida. A Eztec com R$ 1,3 bilhões é a empresa com maior dívida líquida negativa.
O levantamento da Economatica levou em consideração as companhias do setor de construção de edifícios residenciais listados em bolsa, considerando como critérios os dados disponíveis desde dezembro de 2014 até setembro de 2019, sem realizar ajustes por inflação, com 11 empresas se encaixando nos critérios.