Com vazio deixado por Rússia e Ucrânia, “nova ordem mundial das commodities” beneficia Brasil
A imposição de diversas sanções contra a Rússia como forma de retaliação contra a invasão na Ucrânia, incluindo a suspensão de importações de produtos russos por diversos países, abriu um buraco na cadeia de suprimentos global.
Dentro desse cenário de “vazio” por matérias-primas, países produtores de commodities acabam se deparando com algumas oportunidades, afirma o Bank of America (BofA).
Os principais países beneficiários desse desequilíbrio de oferta global estão concentrados na América Latina, sendo o Brasil o mercado que mais pode ganhar com isso, destaca o banco norte-americano.
De acordo com o BofA, com Rússia e Ucrânia perdendo seus status de produtores globais dominantes, países da América Latina têm chances de protagonizar a “nova ordem mundial das commodities”, uma vez que possuem exportações similares aos dois países em guerra.
A América Latina responde por 55% das exportações de óleo de soja bruto no mundo, além de 42% das exportações de minério de chumbo.
Cobre, minério de ferro, milho, peixe congelado, cevada, metais preciosos, trigo e madeira também estão entre as commodities que a região mais exporta.
No caso do Brasil, o BofA acredita que o país se beneficia de uma confluência de fatores:
- quase sem nenhuma exposição à Rússia em termos de comércio (com exceção de fertilizantes);
- preços elevados das commodities levando a acordos comerciais positivos;
- taxa Selic perto do pico; e
- exposição substancial a commodities (44% do mercado de ações).
Dada a exposição a commodities, o BofA acredita que as ações latino-americanas estão no caminho para embarcar em um ciclo de valorização. Valuations descontados e câmbio competitivo tornam o cenário ainda mais atrativo, na avaliação dos analistas.
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