Com tecnologia do JPMorgan, banco central de Cingapura está pronto para “adesão comercial”
A Autoridade Monetária de Cingapura (MAS, na sigla em inglês), o banco central do país, está pronta para integrar sua rede de pagamentos baseada em blockchain com aplicações comerciais.
O banco central completou sua quinta e última fase do projeto Ubin, que começou em 2016, para explorar o uso da tecnologia blockchain na compensação e liquidação de pagamentos e valores mobiliários.
Agora que a fase de teste do projeto foi finalizada, o banco central está pronto para a “adesão comercial”, segundo Sopnendu Mohanty, diretor fintech do banco. “Após testes bem-sucedidos em cinco fases, buscamos maior adesão e aplicação direta da tecnologia blockchain.”
As primeiras duas fases do projeto Ubin focaram no desenvolvimento de capacidades tecnológicas no contexto de uma rede nacional de pagamentos. As duas fases seguintes focaram na interoperabilidade das redes baseadas blockchain para Entrega vs. Pagamento (DvP) e Pagamento vs. Pagamento internacional.
Essas quatro fases comprovaram a viabilidade técnica do projeto. Além disso, a fase final focou em comprovar valor, incluindo a bem-sucedida melhora na eficácia de liquidação.
“O protótipo da rede de pagamentos multimoedas desenvolvido na fase 5 do projeto Ubin liquidou, com sucesso, pagamentos em diferentes moedas na mesma rede”, afirmou o banco central.
“Uma rede internacional de liquidação, formulada após esse protótipo de rede de pagamentos, permitirá transações mais rápidas e baratas do que canais tradicionais de pagamentos internacionais.”
Tecnologia do JPMorgan
O protótipo foi desenvolvido em colaboração com Temasek, empresa de investimentos pertencente ao governo de Cingapura, e o JPMorgan. Utiliza o protocolo de blockchain Quorum do JPMorgan como a infraestrutura-base e interage com Interbank Information Network (IIN) e JPM Coin.
Umar Farooq, diretor executivo e líder do departamento de blockchain do JPMorgan, disse que o banco busca trabalhar com a MAS, Temasek e outros bancos para desenvolver e escalar soluções comerciais para a indústria.
Accenture, encarregada de publicar um relatório sobre a quinta fase, analisou diversos casos de uso entre indústria e selecionou 16 casos de uso que poderiam se beneficiar da integração com a rede de pagamentos Ubin.
Esses casos de uso são amplamente categorizados em quatro áreas: mercados de capital, finanças comerciais e de cadeia de suprimento, seguros e outros serviços não financeiros.
Os projetos selecionados são 1exchange, iSTOX, STACS, iLex & IHS Markit, Allinfra e Sygnum (para mercados de capital); Digital Ventures (Siam Cement), Invictus, Marco Polo, essDOCS e Crediti (para finanças comerciais e de cadeia de suprimento); Digital Asset e Immediate (para seguros); e Aqilliz para publicidade e Octomate e Adecco for pagamentos de salário.
“Por enquanto, ainda não se sabe quais projetos terão sucesso ou se haverá uma segunda onda de projetos que possa captar o mercado melhor por conta de melhorias na tecnologia ou em outros fatores comerciais”, afirmou o banco central.