Com Tailândia garantindo mais oferta de açúcar, é bom que o etanol volte ao jogo logo
A Tailândia não costuma esconder o jogo quando fala do açúcar. Ao contrário da Índia.
É bom, portanto, que as usinas corram a fixar exportações enquanto Nova York está bem acima de 20 cents de dólar por libra-peso, e, mais ainda, torcer para o governo brasileiro cumprir a promessa de fazer voltar os impostos federais sobre os combustíveis e tirar a vantagem da gasolina sobre o etanol.
O país do Sudeste da Ásia anunciou nesta madrugada do Brasil que aumentará em mais de 17% suas exportações da commodity, para 9 milhões de toneladas. O governo local disse que vai moer 106 milhões de toneladas de cana e produzirá 11,5 milhões/t do adoçante.
Consome apenas 2,5 milhões/t, daí que não adianta muito tentar estimular preços futuros, porque o excedente sempre é alto, passo inverso aos indianos.
Esses dados já devem ter batido na bolsa de commodities de Nova York. Mais cedo, o contrato março testava avançar, mas passou a cair depois da 8 horas e neste momento da sexta (10), às 9h50 horas (Brasília), aumenta o recuo a 0,37%, a 21,37 c/lp.
Há algumas semanas o segundo maior produtor mundial de açúcar jogou a quebra da safra por chuvas abundantes, para cerca de 34 milhões/t, o que reduziria suas vendas externas rigorosamente dentro da cota permitida oficialmente de 6 milhões/t.
As informações do governo indiano e da Isma, união das indústrias, servem para fundos montarem posições, porque depois os dados mostram que os embarques sempre são acima. Mesmo que não haja subsídio fora da cota, a elevação dos preços futuros bancam os produtores.
Na safra passada, passou dos 11 milhões/t, quando o teto permitido foi de 8 milhões/t.
E enquanto Tailândia e Índia caminham para o fim da safra 22/23, a brasileira do Centro-Sul, 23/24, vai ter mais cana para ser processada, já partir de março em várias usinas.
Logo, se o etanol seguir desvantajoso, o Brasil também terá que sair com mais açúcar, não há o que fazer.