Com siderúrgica verde, Suécia sai na frente em corte de emissões
Enquanto siderúrgicas europeias tentam revolucionar processos de produção poluidores, agora considerados um dos principais culpados pela crise climática, uma empresa do setor pode levar vantagem sobre as rivais.
A sueca SSAB, assim como as concorrentes europeias Thyssenkrupp e ArcelorMittal, recorre ao hidrogênio como substituto do carvão em seus processos para reduzir as emissões de dióxido de carbono. Mas, para realmente se tornarem verdes, as siderúrgicas devem garantir que a eletricidade usada para extrair o hidrogênio também esteja livre de combustíveis fósseis, o que se torna um problema para as siderúrgicas alemãs, já que a Alemanha ainda depende muito de carvão e gás natural para suas necessidades energéticas. A Suécia, em contraste, é quase inteiramente abastecida por fontes de energia não fósseis.
A energia hidrelétrica é responsável por cerca de 40% da geração de eletricidade do país nórdico. A energia nuclear responde por outros 40%, com uma parcela de 10% de energia eólica. Isso dá uma vantagem à SSAB, que juntamente com a concessionária Vattenfall e a mineradora LKAB, que fornece minério de ferro, explora a mudança para o hidrogênio em um projeto chamado Hybrit.
“A base em energia hidrelétrica é favorável e oferece à Suécia uma vantagem quando se trata de projetos como o Hybrit”, disse Ola Sodermark, analista do setor na Kepler Cheuvreux, em entrevista por telefone.
As apostas podem ser altas, pois os clientes procuram reduzir sua própria pegada de carbono, avaliando toda a sua cadeia de suprimentos. Com a transição da indústria automobilística para veículos elétricos, é provável que o setor esteja interessado em pagar um prêmio por materiais neutros em carbono e usá-los para promover as vendas, disse Sodermark.