Com seca de dividendos, fundo imobiliário despenca 12%; MAXR11 fica ‘na mão’ com aluguel
Começo de mês e sempre a mesma história. Fundos imobiliários comunicam que aluguéis continuam sendo pedra no sapato. Quem vem dando trabalho é a Americanas (AMER3) – em recuperação judicial. Enquanto um FII teve final feliz com a gigante do varejo, outro segue a ver navios.
O fundo de logística RBR Log (RBRL11) confirmou ontem (08) que a Americanas pagou a parcela que estava vencida desde o mês passado referente ao acordo envolvendo a multa de rescisão antecipada de aluguel.
A varejista encerrou o contrato de locação do módulo M1 do Galpão Hortolândia II, no interior de São Paulo, no fim de junho. No entanto, acertou com o fundo imobiliário pagar a multa, de R$ 2,1 milhões, de forma parcelada.
Segundo o FII, sua gestora e a Americanas “reafirmaram o compromisso para que os futuros pagamentos ocorram nas respectivas datas” acordadas.
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Dor de cabeça com Americanas
Por outro lado, o fundo Max Retail (MAXR11) enfrenta mais um mês de inadimplência da Americanas. Em comunicado, que não menciona a varejista, o MAXR11 diz que o inquilinos não pagou o aluguel de junho com vencimento em julho. Com isso, a distribuição de rendimentos do FII teve impacto negativo de R$ 0,08 por cota.
No entanto, o relatório gerencial do Max Retail, divulgado na semana passada, o fundo imobiliário confirma que o inquilino que vem atrasando mensalmente o pagamento do aluguel é a varejista.
O MAXR11 ressalta que, em relação aos vencimentos de fevereiro, março, abril e maio, deixou de receber a diferença entre o valor do aluguel mensal, no qual incidiu o índice de reajuste em janeiro e elevou a locação para R$ 601,1 mil por mês. Isso representa diferença de R$ 86,9 mil mensais.
Contundo, a inadimplência está sendo cobrada de forma extrajudicial pela administradora do fundo. Além disso, o FII destaca que há um escritório de advocacia contratado com o objetivo de acompanhar a recuperação judicial da Americanas e respaldar a administradora das melhores decisões jurídicas.
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Índice de fundos imobiliários
O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 aumentou a diferença para a máxima histórica (de 3.253 pontos) no pregão desta quarta-feira (09) ao fechar em queda.
Diante disso, o Ifix recuou 0,15% (após ajustes), aos 3.212 pontos. O volume de negócios ficou abaixo do registrado na véspera, somando R$ 220 milhões.
Entre os fundos listados no Ifix, o Rio Bravo Ifix (RBFF11) exibiu a maior alta do dia, de 1,99%.
Em contrapartida, o Tordesilhas EI (TORD11) despencou 8,07%, no maior recuo diário desde março deste ano, quando derreteu quase 10%. Somara à queda de 4,04% na véspera, o FII acumula perdas de 12% em dois dias.
Na segunda-feira à ontem (7), após o pregão, informou aos cotistas que, por mais um mês, não pagará dividendos em agosto por não apresentar resultados.
Desta forma, o TORD11 engata seis meses seguidos sem distribuir proventos aos investidores. A última vez que o fundo distribuiu rendimentos mensais foi em fevereiro, de R$ 0,05 por cota.
No mês seguinte, o fundo de papel disse que havia registrado caixa positivo. Porém, não faria o pagamento de dividendos. Desde então, o Tordesilhas vem ressaltando a falta de caixa para pagar proventos.
Com o pregão de hoje, o FII tem o pior desempenho de 2023 entre os listados no Ifix, com tombo perto de 64%.
Além da forte desvalorização da cota, negociada na casa dos R$ 2,60, o Tordesilhas também vem perdendo cotistas ao longo ano. De 111,4 mil cotistas ao fim de dezembro de 2022, o fundo encerrou junho com 102,6 mil cotistas.