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Com salto de quase 300%, PRIO (PRIO3) é a petroleira que mais subiu na Bolsa em 3 anos; ação ainda tem fôlego?

23 fev 2023, 19:03 - atualizado em 23 fev 2023, 19:03
Campo de Frade, PetroRio PRIO
Desde o início da pandemia do coronavírus, em 21 de fevereiro de 2020, as ações da PRIO saltaram 291,99%, diz TradeMap (Imagem: Divulgação/PRIO)

A PRIO (PRIO3) é a segunda ação de melhor desempenho nos últimos três anos, com valorização acumulada de quase 300%, mostra levantamento do TradeMap.

Segundo a plataforma, desde o início da pandemia do coronavírus, em 21 de fevereiro de 2020, as ações da PRIO saltaram 291,99%, sendo o ativo do setor de óleo e gás com o melhor desempenho no período. A petroleira júnior superou a performance da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4), que subiram, respectivamente, 134,05% e 85,94%.

No auge da pandemia (entre 21 de fevereiro e 23 de março de 2020), as ações da PRIO despencaram 75,23%, para disparar 1.482,49% de 23 de março de 2020 até os dias atuais.

Atualmente negociada a R$ 37,47 na Bolsa, a PRIO tem recomendação de “compra” pela maioria das instituições que cobrem a ação. De acordo com o TradeMap, levando em consideração a tese de 15 instituições diferentes, mais de 90% dos analistas indicam comprar os papéis da empresa.

E não é porque a ação disparou nos últimos anos que o potencial acabou. Segundo o TradeMap, a média de 14 preços-alvo levantados pela plataforma representa um potencial de upside (alta) de 19,83%.

Há quem defenda que a companhia pode entregar ainda uma valorização de quase 60%. É o caso do BTG Pactual, que tem preço-alvo de R$ 58 para o nome.

Na avaliação do banco, a PRIO está em ótima posição para explorar novas oportunidades de fusões e aquisições sem comprometer seu balanço, apesar da forte agenda de investimentos dos últimos anos.

A petroleira também aparece como uma alternativa às carteiras com foco em dividendos. Para o BTG, a empresa está bem posicionada para começar a devolver valor aos acionistas por meio de um programa de recompra de ações “mais ousado” ou sob forma de dividendos.

Além disso, o BTG avalia que a PRIO conta com um forte gatilho de curto prazo: a conclusão da segunda fase da campanha de revitalização do campo de Frade.

Cesta de petroleiras

Não é só a PRIO que chama a atenção dos analistas. As petroleiras júniores estão sendo bem vistas pelo mercado, seja pelo cenário atual de preços do petróleo ainda elevados ou por se lançarem como opções para fugir do risco estatal da Petrobras.

O Santander recomenda uma cesta composta por três ações de petroleiras júniores. Além de PRIO, PetroReconcavo (RECV3) e 3R Petroleum (RRRP3) são indicadas pelos analistas setoriais da instituição.

O Santander tem classificação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado) para PRIO3, RECV3 e RRRP3, com alvos de R$ 46, R$ 40 e R$ 87, respectivamente.

O Bank of America também defende exposição a petroleiras menores, todas com recomendação de compra. Francisco Blanch, estrategista do banco americano, avalia que o mercado de petróleo deve continuar apertado em 2023, com perspectiva de que o Brent pode subir a US$ 110 o barril ao longo do ano.

Na avaliação de Blanch, a demanda crescente, liderada pela reabertura da China, combinada com a disciplina da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+), suportará preços elevados do petróleo.

A recomendação de compra para as petroleiras menores se sustenta pela preferência do BofA por nomes focados em petróleo em vez de gás, cujo mercado arrefeceu.