Com retorno de Trump, investidores esperam agenda pró-negócios, mas mantêm cautela com protecionismo

Presidente dos EUA, Donald Trump 20/01/2025 REUTERS/Carlos Barria

Investidores deram as boas-vindas à segunda posse de Donald Trump, prevendo uma agenda pró-negócios, mas ainda cautelosos em relação às suas políticas comerciais protecionistas, especialmente sua posição em relação às tarifas.

Durante o discurso de Trump, os futuros de ações foram negociados em alta, com os contratos dos três principais índices de Wall Street, S&P 500, Nasdaq e Dow Jones, subindo entre 0,4% e 0,5%. Ao final do dia os índices avançavam ao menos 0,8%.

• SAIBA MAIS: É hoje – estratégia do ‘robô da bolsa’ mostra como brasileiros podem buscar média de até R$ 500 por dia

O dólar depreciou antes da posse, já que o governo Trump sinalizou que novas tarifas não serão impostas no primeiro dia de mandato do novo presidente. Ao final do dia, a moeda norte-americana era cotada a R$ 6,03 (-0,6%).

“Embora suspeitemos que um bom grau de volatilidade ainda persistirá por algum tempo, esperamos que seu primeiro ano no cargo coincida com uma nova valorização do dólar e das ações dos EUA”, disse James Reilly, economista sênior de mercados da Capital Economics.

Reforma comercial, repressão à imigração, corte de impostos e regulamentação cripto

Trump assume o cargo com uma agenda ambiciosa que abrange reforma comercial, repressão à imigração, cortes de impostos e flexibilização da regulamentação de criptomoedas.

Gerentes de investimento estão ajustando portfólios em todas as classes de ativos, observando seu discurso de posse em busca de sinais que possam desencadear movimentos de mercado de curto prazo.

“A incerteza continua sendo a palavra de ordem, com todos atentos a respostas para perguntas como se a ameaça de tarifas se tornará realidade ou continuará sendo uma manobra de negociação no primeiro dia”, disse Sam Stovall, estrategista-chefe de mercado da CFRA Research, antes da posse.

Leia também

Mercados

Ibovespa avança e sustenta os 122 mil pontos com Trump; dólar cai a R$ 6,04 após intervenção do BC

Economia

3 motivos que devem manter o dólar na casa dos R$ 5,90 nos próximos anos, segundo o Itaú

Mas muitos esperam uma resposta relativamente branda aos comentários e ações iniciais do novo presidente.

Temores com inflação

Existe a possibilidade de que os planos tarifários de Trump possam aumentar ainda mais os temores de inflação que pressionam os preços dos títulos e das ações, enquanto os esforços para apertar os controles de imigração também podem repercutir nesses mercados.

As medidas para flexibilizar a regulamentação impulsionaram ações dos bancos e fizeram criptomoedas dispararem.

A valorização pós-eleitoral do S&P 500 arrefeceu para um ganho de 2,7%, após uma liquidação no início de janeiro devido a temores de inflação.

Durante o discurso de Trump, o preço do bitcoin caiu ligeiramente para US$ 102.756, de um pico de mais de US$ 107.000. O presidente não fez nenhum pronunciamento específico sobre criptomoedas em seu discurso de posse.