Com resultados, Ultrapar comprova resiliência e recebe elogios dos analistas
A Ultrapar (UGPA3) mostrou que está superando os efeitos do coronavírus. Após o período conturbado entre abril e junho deste ano, a companhia terminou o terceiro trimestre com números fortes, superando as estimativas dos analistas.
O lucro líquido da empresa totalizou R$ 277,3 milhões, o que representa uma queda de 9,7% em relação ao mesmo intervalo de 2019.
A receita líquida teve queda anual de 11% e somou R$ 20,7 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado cresceu 5% e atingiu R$ 1 bilhão.
Segundo o BTG Pactual (BPAC11), a soma de um portfólio resiliente com a rápida recuperação da distribuidora de combustíveis Ipiranga foi determinante para garantir que a Ultrapar entregasse um balanço sólido.
“Os resultados da Ultrapar reforçam nossa tese de um portfólio bem balanceado”, afirmaram os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares, que enfatizaram ainda a ideia de uma recuperação em V para as margens da Ipiranga.
A Ipiranga foi, inclusive, o destaque do balanço para a XP Investimentos.
“Destacamos como positiva a recuperação das margens da distribuidora de combustíveis Ipiranga em termos de Ebitda/m³ durante o trimestre, que acreditamos refletir uma combinação de (i) maior alavancagem operacional com a recuperação gradual dos volumes de venda de combustíveis, (ii) ganhos de estoque como resultado dos ajustes de preços promovidos pela Petrobras (PETR4) nas refinarias e (iii) maiores eficiências e controle de custos”, disseram os analistas de Energia e Petróleo & Gás Gabriel Francisco e Maira Maldonado.
O BTG indicou a compra da ação, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 21. A XP continuou com a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 20.
Ganhos no curto prazo
O desempenho da Ultrapar no terceiro trimestre também ganhou o UBS BB. Segundo os analistas Luiz Carvalho e Gabriel Barra, em relatório obtido pelo Money Times, a companhia vive um momentum de ganhos no curto prazo, algo que pode continuar em 2021.
“Vemos mudanças positivas acontecendo na companhia, desde o controlador ao nível da administração, e no conselho. Dentre as mudanças estão a inclusão do Pátria no novo acordo de acionistas, a mudança de CFO e novidades sobre o potencial desinvestimento na Extrafarma”, listaram Carvalo e Barra.
O UBS BB reforçou sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 25.
A Ágora Investimentos comentou brevemente sobre os números da companhia. A corretora seguiu com recomendação de compra, mas chamou atenção para os principais riscos do momento: a alavancagem e o potencial aumento na Selic.