Com recuo de 0,3%, produção industrial tem segunda taxa negativa seguida

Por IBGE – A produção industrial brasileira recuou 0,3% na passagem de julho para agosto deste ano, de acordo com os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgada hoje pelo IBGE. Esse foi o segundo mês seguido de comportamento negativo, acumulando uma perda de 0,4% no período. O gerente da pesquisa, André Macedo, ressalta que desde o final de 2015, a indústria não apresentava dois recuos consecutivos na produção.
“Na série histórica da indústria é possível observar que, sempre que tem um movimento de queda, de alguma forma, ele é compensado, no mês seguinte, com crescimento. Desde setembro a dezembro de 2015, não se via dois meses em sequência de resultados negativos. Em 2015, foram quatro meses de queda, com um recuo de 6,4%. É claro que o total perdido foi superior ao desses dois meses de agora, que foi muito próximo da estabilidade”, explica
André Macedo comenta, ainda, que, com os últimos resultados, a produção industrial volta ao patamar de abril de 2018. “Mesmo com esses dois movimentos de queda muito próximos da margem, a produção industrial está em um patamar exatamente igual ao que ela tinha antes da greve dos caminhoneiros, que influenciou tanto o resultado negativo de maio, quanto o positivo de junho”, aponta.
Mais da metade das atividades tiveram resultados negativos
Das 26 atividades pesquisadas, 14 tiveram queda na passagem de julho para agosto de 2018. O principal comportamento negativo foi o de derivados de petróleo e biocombustíveis (5,7%), que interrompeu a sequência de resultados positivos iniciada em março. “Essa queda mais acentuada foi, de alguma forma, influenciada pela paralisação de uma refinaria importante, que interrompeu sua produção devido a um incêndio”, ressalta Macedo.
Os setores de bebidas (-10,8%), extrativo (-2,0%) e de produtos alimentícios (-1,3%) completaram as atividades que mais impactaram negativamente a taxa de agosto.
As principais influências positivas foram dos segmentos de veículos automotores (2,4%), segmento farmacêutico (8,3%), de equipamentos de informática e produtos eletrônicos (5,1%) e atividade de celulose, papel e produtos do papel (2,0%).