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Com recorde em novembro, exportação de açúcar do Brasil brilha também por preços, diz JOB

06 dez 2022, 17:12 - atualizado em 06 dez 2022, 17:12
Açúcar
Os embarques de açúcar do Brasil no mês passado superaram o volume de 3,95 milhões de toneladas de outubro de 2020 (Imagem: Pixabay/422737)

A exportação de açúcar do Brasil em novembro registrou um recorde absoluto de 4,075 milhões de toneladas, mas os preços na safra 2022/23 também chamam a atenção positivamente para os embarques do país, com câmbio favorável e forte demanda pelo produto brasileiro, disse o sócio-diretor da consultoria JOB Economia, Julio Maria Borges, nesta terça-feira.

Os embarques de açúcar do Brasil no mês passado superaram o volume de 3,95 milhões de toneladas de outubro de 2020 e no mesmo mês de 2012, as maiores marcas até então, disse Borges, comentando que, embora ainda preliminares, os números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) geralmente se confirmam.

A exportação cresceu mais de 50% na comparação com novembro do ano passado, com os brasileiros aproveitando os bons preços e também um atraso na safra da Índia, segundo exportador global após o Brasil.

“Essas informações preliminares geralmente são as que vão ser confirmadas. De qualquer maneira, estatisticamente é um recorde, não tem nenhum registro mensal de 4,075 milhões de toneladas”, disse Borges, à Reuters.

Mas o que chama atenção é o preço, que foi excelente, disse o especialista.

Segundo dados da Secex, o valor da tonelada exportada atingiu média de 408,3 dólares em novembro, alta de 16,8% na comparação anual.

Se for feita a conversão para a moeda brasileira, a exportação resultou em média de 2.121 reais por tonelada no acumulado da safra 2022/23, iniciada em abril.

A exportação cresceu mais de 50% na comparação com novembro do ano passado, com os brasileiros aproveitando os bons preços (Imagem: Pixabay)

Em 2020/21, quando houve o segundo maior valor na safra, o país teve média de 1.610 reais por tonelada.

“Daí essa correria toda pra exportar”, completou Borges.

Ele disse que o setor pode até falar que os custos subiram, e muito, o que é verdade.

“De qualquer maneira, a remuneração da safra atual cobre todos os custos e dá lucro de 11% ao produtor”, acrescentou.

Borges comentou que “apostaria” que esta é uma situação que vai passar, pois tais cotações estão impulsionando a produção em outros países.

“Por isso estamos falando de superávits (no mercado global), vai ter muita oferta por aí, e os preços devem cair, para seguir o ciclo normal de preço de açúcar”, disse ele, ressalvando que apenas um “acidente climático” pode interferir nessa tendência.

Ele acrescentou que o mercado de etanol segue com “incerteza enorme”, em meio a questões tributárias pendentes e à política de preços da Petrobras (PETR4).

As usinas, porém, já fixaram vendas de exportação para boa parte da safra a ser colhida em 2023.

Borges comentou que a indústria sucroalcooleira no Brasil não mais tem “crescido a qualquer custo”. Ao contrário, “quer crescer com custo mínimo”.

“Estamos também sendo extremamente eficientes na comercialização, pela flexibilidade de produção de etanol e açúcar.”

“Isso dá um diferencial competitivo enorme para o Brasil”, disse, citando que a Índia busca caminho semelhante com estímulo ao etanol.

Segundo o consultor, o centro-sul do Brasil está fechando a “terceira safra de resultados satisfatórios” consecutivos.