Com recorde de exportação de carne fresca, frigoríficos se preparam para 2023 quando muito igual
Quando as análises para 2023 indicam que os embarques de carne bovina deverão crescer marginalmente – desaceleração mundial e a China mais lenta -, o que chama a atenção nos dados de exportações de 2022 é o volume in natura, ainda não computadas esta semana e os números referentes ao produto processado.
Desconta-se a queda total de 2021, em ano atípico quando a China ficou fora das compras no último trimestre, os dados acumulados de janeiro ao último dia 23 dizem que a oferta dos frigoríficos do Brasil foi de 1,98 milhão de toneladas.
Em 2020, a soma de proteína in natura e industrializada foi de 2,016 milhões de toneladas.
O recorde histórico deste ano também atingiu os valores, com US$ 11,77 bilhões, conta US$ 8,4 bilhões do mesmo período comparado até aqui, o ano retrasado, quando pelas estatísticas da Secex se registrou preço médio de US$ 5,9 mil a tonelada, alta de 16% sobre 2021.
Outros dois pontos merecem destaque nesse panorama.
Ao contrário de vários outros setores exportadores do agronegócio brasileiro, cujo processamento tem maior valor agregado no exterior – caso dos derivados de soja -, a carne processada não. Geralmente são mercadorias produzidas com matéria-prima de segunda ou até de descartes, usadas para compor outros produtos finais nos respectivos destinos.
A segunda menção é que o ganho em volume de carne fresca congelada vem dos portos dos Estados Unidos. O país sempre comprou proteína industrializada, até que paralisou as compras no período da Operação Carne Fraca.
Quando voltou a importar, o país passou a se dedicar mais ao produto de maior valor, hoje se consolidando no segundo principal destino dos embarques do Brasil.
Para não esquecer: em 2021, depois que a China embargou a carne brasileira, contrariada com os casos de vaca louca em setembro, foram enviados para fora do País 1,560 milhão de toneladas, que resultaram em US$ 7,9 bilhão.