Com rápido avanço, gripe aviária coloca indústria da UE em alerta
Uma forma altamente contagiosa e mortal da influenza aviária está se espalhando rapidamente pela Europa, colocando a indústria avícola em alerta, com lembranças de surtos anteriores que acarretaram o abate de dezenas de milhões de animais e perdas econômicas significativas.
A doença, comumente chamada de gripe aviária, foi detectada na França, Holanda, Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Dinamarca, Irlanda, Suécia e, pela primeira vez nesta semana, Croácia, Eslovênia e Polônia, após atingir gravemente Rússia, Cazaquistão e Israel.
A grande maioria dos casos ocorre em aves selvagens migratórias, mas surtos também foram reportados em granjas, resultando na morte ou abate de pelo menos 1,6 milhão de frangos e patos na região até o momento.
“O risco de transmissão em granjas e de mais casos entre aves selvagens é maior do que nos últimos dois anos, por causa da aparição maciça de vários vírus da gripe aviária na Europa”, disse uma porta-voz do Instituto Friedrich-Loeffler, agência federal de pesquisas de doenças animais da Alemanha.
A principal cepa encontrada neste ano na Europa é a H5N8, que dizimou criações em 2016/17, quando a região registrou seu maior surto em granjas e animais selvagens, mas também foram relatados casos de H5N5 e H5N1.
Embora o risco para humanos seja baixo, a Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês) disse nesta semana que a evolução do vírus deve ser monitorada de perto. Uma cepa da H5N1 é conhecida por se espalhar para humanos.
Membros da indústria avícola da UE disseram estar muito preocupados com o surto mais recente, mas que agora têm experiência para lidar com essas situações.
“Trabalhamos tanto para melhorar a segurança, treinar criadores e melhorar a rastreabilidade que esperamos que, se houver casos, poderemos contê-los”, disse Anne Richard, chefe da associação francesa ANVOL.
Mas surtos de gripe aviária, como de outras doenças animais, frequentemente levam países importadores a impor restrições comerciais.
“Já está difícil exportar com a Covid, isso pioraria ainda mais”, disse a repórters Dennis Lambert, presidente-executivo da LDC, maior grupo avícola da França, na quarta-feira.