Com R$ 50 bi que diz ter para emprestar e Selic em alta, consultoria do WTK Agro é seguro para o banco também
Depois que o Banco Central elevou a taxas de juros a 6,5% e o WTK Agro não vê outra alternativa a não ser repassar “parte” para seus tomadores de crédito, até o final do ano, ficou mais premente a consultoria que o banco digital está oferecendo aos seus clientes.
O custo do dinheiro ficou mais caro, o risco aumentou – e pode piorar com a projeção de que a Selic vá para 8,5% até dezembro -, e esse serviço de orientação técnica e econômica aos produtores, visto como um dos diferenciais de mercado, se tornou importante seguro para a instituição.
Se o core business é financiar a produção, como diz o diretor de Marketing e Inovação, Marlon Ferreira, o WTK tem também que proteger sua principal fonte de receita. Até porque, o funding vai encarecer no ritmo do aumento na ponta final.
O WTK não informa quanto há em circulação, por razões estratégicas, girando com taxas de 6,75% a 14,75% ao ano, a depender do perfil do parceiro, mas garante ter R$ 50 milhões disponíveis para oferecer.
A rigor, para as diversas linhas de crédito da empresa sediada em Curitiba, mas com base operacional em Florianópolis, o critério de avaliação, comentado pelo executivo, já é um serviço de consultoria.
Por não trabalhar com garantias de propriedades ou de produção, nenhum contrato é assinado de cara. Ferreira explica que a decisão do banco leva entre 30 e 40 dias, até que “entendamos o negócio” e, ao mesmo tempo, auxiliar o produtor rural a se reestruturar quando são detectadas fragilidades.
Aí vira cliente, segundo exemplos citados por ele, demonstrando que não há resistência, porque entende que esse tipo de garantia é importante para seu desempenho. Inclusive, afirma o diretor do WTK, tanto quanto clientes que demandam R$ 1 mil, há outros que buscaram – e tomaram – R$ 50 milhões.
Até final de 2021, o banco digital pretende agregar 480 mil contas.
A empresa não economiza em seu portfólio de linhas de crédito, em torno de seis. Há recursos para safra, para tecnologia – janela que Ferreira aposta com os cortes que o BNDES fez nesse nicho -, para máquinas e sustentabilidade, por exemplo.
Mas vem mais. O WTK vai entrar no barter – empréstimo antecipado de safra com garantia da produção do tomador -, modelo muito demandado na agricultura de larga escala.
Seguro rural e planos de saúde estão na lista também.