Com protestos em alta na América do Sul, Mercosul defende democracia e liberdades individuais
Em meio a crises e protestos na América Latina e vozes defendendo medidas pouco democráticas no Brasil, a cúpula do Mercosul que se encerrou nesta quinta-feira em Bento Gonçalves (RS) teve a democracia e as liberdades individuais como um ponto central da declaração presidencial e das falas dos presidentes.
Em seu primeiro parágrafo, a declaração presidencial diz que “a plena vigência das instituições democráticas e o Estado de Direito, assim como a observância dos direitos humanos e liberdades fundamentais são condições essenciais para o processo de integração regional”.
No segundo, destaca que “a democracia e a prosperidade se reforçam mutuamente, e que o Mercosul preserva e defende a democracia para o benefício de seus povos”.
Dos quatro países do bloco –Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil–, apenas o governo de Maurício Macri passou nos últimos meses por protestos intensos, mas não a ponto de colocar em risco seu mandato.
O argentino perdeu a reeleição e deixa o cargo em cinco dias, mas o processo eleitoral transcorreu em tranquilidade.
No entanto, nos últimos meses a América do Sul viu protestos violentos no Equador, no Chile –em que o presidente Sebastián Piñera ainda tenta um acordo nacional para interromper as manifestações– e na Bolívia, que levou à renúncia e exílio de Evo Morales. Mais recentemente, a Colômbia começou a enfrentar também grandes manifestações.
Em seu discurso de despedida do Mercosul, Macri declarou que a Argentina tem um “compromisso irrenunciável com a democracia, a liberdade e os direitos humanos”.
“Os problemas da democracia se resolvem com mais democracia”, afirmou.
Já o presidente Jair Bolsonaro, cujo governo é alvo de críticas constantes por falas e medidas consideradas de viés autoritário, ressaltou, em um discurso sem improvisos, que “o compromisso do Brasil com a liberdade tem que prosseguir”.