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Com preço baixo, América do Sul acelera compras de GNL dos EUA

13 ago 2019, 15:42 - atualizado em 13 ago 2019, 15:42
A crescente produção de GNL em mercados como EUA e Austrália provocou uma queda dos preços globais justo na época do inverno na América do Sul (Imagem: REUTERS/Caetano Barreira)

A América do Sul tem comprado gás natural liquefeito dos Estados Unidos em ritmo recorde, aproveitando a queda dos preços globais para atender à maior demanda por aquecimento no inverno da região.

No ano, 42 carregamentos de GNL dos EUA desembarcaram na Argentina, Brasil, Chile e Colômbia, o maior volume desde que as exportações de gás de xisto começaram há mais de três anos, segundo dados de rastreamento de navios compilados pela Bloomberg. O salto coincide com a desaceleração dos embarques para a Europa, em meio aos altos estoques e preços regionais mais baixos, que reduzem o incentivo de enviar gás dos EUA para muito longe, devido ao custos de transporte.

“A demanda europeia mais fraca fez com que os preços do gás despencassem novamente”, disse Oystein Kalleklev, presidente da empresa de navios-tanque Flex LNG. Os preços mais baixos estão levando clientes da América do Sul, que têm capacidade ociosa para transformar o GNL novamente em gás, a comprar mais dos EUA, disse.

A crescente produção de GNL em mercados como EUA e Austrália provocou uma queda dos preços globais justo na época do inverno na América do Sul. Isso permitiu barganhas em meio à fraca demanda no hemisfério norte. Pedidos da Argentina de maio a agosto estão ajudando a impulsionar as exportações dos EUA, disse Nathalie Leconte, analista de mercado da Kpler.

A América do Sul respondeu por 21% das exportações dos EUA no segundo trimestre, comparados aos 12% um ano antes, segundo dados compilados pela Bloomberg.