Mercados

Com ou sem Bolsonaro, o que esperar para o Ibovespa na segunda-feira pós-eleições? 

28 out 2022, 14:54 - atualizado em 28 out 2022, 14:53
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Volatilidade deve marcar pregão de segunda-feira (31) pós-eleições no Ibovespa, seja qual for o resultado nas urnas (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

As eleições 2022 chegam ao fim neste domingo (30). Apesar dos receios do mercado financeiro em relação aos riscos de um eventual terceiro turno, a principal dúvida dos investidores é saber o que esperar para o pregão do Ibovespa na segunda-feira (31). 

Seja quem for o vitorioso nas urnas, se Jair Bolsonaro (PL) ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a resposta é uma só: volatilidade. “Espere muita volatilidade, independente do resultado”, resume o economista-chefe da Órama, Alexandre Espírito Santo.

“O que se sabe é que na segunda-feira vai ter muita volatilidade, independente de quem ganhar”, reitera o sócio-gestor da Criteria Investimentos, Vitor Miziara. Segundo ele, isso ocorre porque a eleição é um evento binário. “É um ou outro que ganha”, explica.

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Com Bolsonaro

Ainda assim, se o atual presidente conquistar um segundo mandato, a reação da bolsa brasileira tende a ser mais favorável. “Se Bolsonaro for reeleito, o mercado tende a gostar, pois há uma ideia de continuidade da política econômica”, afirma Espírito Santo, da Órama.

Portanto, não é que Bolsonaro seja o candidato preferido do mercado. “O problema é a incerteza. O mercado gosta de manutenção”, explica Miziara.

A permanência do governo projeta um cenário de mais quatro anos de uma política econômica que agrada ao mercado. “Então, vai ter muita gente se posicionando”, explica o gestor da Criteria. 

Por isso, é esperado um movimento inicial de alta, levando-se em conta a queda acumulada na semana passada, ao redor de 5%. 

Nesse sentido, as ações de estatais, como Petrobras e Banco do Brasil, tendem a se beneficiar. Afinal, a expectativa é de que o programa de privatizações deslanche com uma eventual reeleição e a permanência de Paulo Guedes no comando da Economia.

Sem Bolsonaro

Aliás, a incerteza sobre quem será o ministro da Pasta é o que pesa no caso de um terceiro mandato de Lula. “Existe uma dúvida na cabeça do mercado de quem será a equipe econômica e como a política será conduzida”, explica o economista-chefe da Órama. 

Com isso, a volatilidade no mercado em uma eventual vitória de Lula deve durar até que o anúncio dos nomes de ministros seja feito. “Pode ser domingo mesmo”, pondera o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. 

Portanto, qualquer novidade em relação a um eventual novo governo do PT pode aliviar a pressão esperada para o dia 31.

Além disso, uma vitória do petista pode ser positiva para setor “amassados”, como educação, construção e varejo de baixa renda. Da mesma forma, uma ênfase na questão ambiental tende a atrair a entrada de recursos externos no Brasil, desvalorizando o dólar

Risco fiscal

O fato é que, com ou sem Bolsonaro, o maior medo dos investidores passa pela questão fiscal. De um modo geral, o mercado já assimilou que o teto dos gastos será derrubado.

Mas há dúvida sobre qual será o mecanismo substituto. “Quem quer que vença vai precisar se debruçar sobre um novo marco fiscal, uma nova âncora que substitua o teto dos gastos e auxilie no controle da inflação”, conclui Espírito Santo.

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