Com o Seleto no mesmo caminhão, a Camil vai carregar até 7% do mercado de café
Como a Coca-Cola e outras grandes companhias de marcas únicas (ou do mesmo segmento) que passaram a vender e a carregar outros produtos no mesmo caminhão, iniciando uma diversificação que não parou mais pelo ganho de sinergias, é o que a Camil (CAML3) amplia com a estreia no café.
Do arroz, onde ficou conhecida, foi para o feijão, pulou para as massas ao comprar a Santa Amália e, agora, leva a tradicional marca Seleto, a terceira marca líder do grupo JDE Brasil. Todas as mercadorias vão para o mesmo destino, o supermercado.
Essas “ações melhoradas de comercial e de logística” representarão entre 5% e 7% do mercado nacional de café, que é o volume estimado de participação da Seleto, a marca mais antiga do portfólio dos ex-donos, opina Natan Herszkowicz, presidente do Sindicafé São Paulo.
Junto com as marcas Pilão, líder nacional, e Pelé, que ainda pertencem à JDE, as estimativas são de 35% a 38% de market share no mercado brasileiro, sendo que só em São Paulo representam aproximadamente 800 mil sacas anuais adquiridas dos cafeicultores. O grupo também é proprietário do café Moka.
Ao abrir a porteira para potencial aquisição de outras marcas, num setor que vem se consolidando há anos com várias marcas sob o mesmo guarda-chuva, segundo Herszkowicz, que também já presidiu a Abic, os produtores sentirão, com o tempo, os ganhos que a organização comercial e de distribuição refletirão na cadeia.
Ainda não há informações sobre valor envolvido e mais detalhes se aquisição corresponde apenas à propriedade intelectual, portanto o grupo vendedor passaria a ser terceiro na produção.