Com o layoff, veja quais setores estão mais propensos a contatar e quais as competências exigidas

Com o movimento de layoff (demissão em massa) nas empresas de tecnologia e startups, se estabeleceu o investimento em setores mais tradicionais da economia, como bens de consumo, indústrias B2B (Business-to-business, ou de empresa para empresa) e logística.

A avaliação é do diretor-executivo da consultoria de carreiras LHH, Ricardo Rocha. O diretor destaca que, mais interessante do que os setores em si, é o perfil das posições.

“Apesar do cenário macroeconômico incerto, além das mudanças no cenário político nacional, temos percebido o investimento em posições estratégicas, com viés de suporte a crescimento das organizações”, explica.

Rocha diz que, entre as posições investidas, está a área comercial, que está buscando um perfil mais hunter (caçador), com experiência em diversos campos.

Na avaliação dele, este profissional deve ter conhecimento de mercado, comportamento do consumidor e trânsito nos mais variados canais. Além de posições financeiras mais voltadas para planejamento financeiro e análise e investimentos, do que posições de custos e controle.

Em relação às áreas de suprimentos e logística, “existe uma demanda cada vez maior por inteligência de dados, com objetivo de gerar maior exatidão de previsões da demanda e planejamentos de produção”.

Visão generalista

Segundo o diretor-executivo, a pandemia escancarou uma necessidade de profissionais multifuncionais nas empresas. Segundo Rocha, principalmente pela ampliação do quadro de funcionários, gerada em muitas posições durante o período.

Além disso, ele também pontua que o conhecimento de práticas que transitam por todas as posições é uma competência desejada, independentemente da área de atuação.

Como exemplos recorrentes, Rocha cita o ESG (sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa), transformação digital e LGDP (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).

“Dessa forma, profissionais com visão mais generalista, com vivências em diversas realidades/setores, tendem a encontrar mais espaço nesse mercado mais exigente e dinâmico”, destaca.

Habilidades comportamentais

Do ponto de vista de soft skills (habilidades comportamentais), destacam-se principalmente a capacidade de comunicação, escuta ativa, visão estratégica e busca por aprendizado contínuo.

Segundo Rocha, isso apenas reforça os requisitos profissionais citados anteriormente, “uma vez que em organizações mais transversais, onde as áreas possuem muito mais integração e sinergia, as habilidades ligadas relacionamento e evolução”.