Agronegócio

Com novo CEO, ações da JBS disparam e lideram ganhos do Ibovespa

05 dez 2018, 13:55 - atualizado em 05 dez 2018, 13:55

Por Investing.com – Na abertura dos negócios desta quarta-feira na bolsa paulista, as ações da JBS (JBSS3) operam com forte valorização de 5,31% a R$ 12,09, liderando assim os ganhos do Ibovespa. O mercado recebeu com bons olhos a escolha do novo CEO da companhia, Gilberto Tomazoni, o primeiro a não fazer parte da família Batista.

Tomazoni, que ingressou na companhia em 2013 após passagens pela Bunge e pela Sadia (hoje parte da BRF (BRFS3)) e era o chefe global de operações da JBS desde 2017. Ele assume de imediato no lugar de José Batista Sobrinho, fundador da companhia e hoje com 84 anos de idade, que seguirá como membro do conselho de administração da JBS.

A Mirae Asset destaca que, contratado em fevereiro de 2013 para comandar o embrião do que hoje é a Seara, a indicação de Tomazoni ocorre no momento em que a maior companhia de carnes do planeta luta para deixar para trás os traumas da delação premiada de Joesley e Wesley Batista e se prepara para retomar as aquisições.

A corretora cita reportagem do Valor, na quala americana Pilgrim’s Pride, controlada pela JBS, disputa os ativos que a BRF colocou à venda na Europa e na Tailândia.

Para os analistas, bem-sucedida na tentativa de reduzir a dívida, a JBS ainda tem diante de si o desafio de recuperar a imagem comprometida pelos escândalos de corrupção. A notícia é positiva para a empresa. A recomendação segue neutra, com upside de 10%.

Sobrinho assumiu em setembro do ano passado, depois que seu filho que comandava a JBS, Wesley, foi preso sob acusação de uso de informação privilegiada no mercado financeiro, na esteira de um acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República.

A decisão provocou forte reação de acionistas, como do BNDESPar, braço de participações do BNDES, que tinha 21,3 por cento da companhia e defendia abertamente o afastamento da família Batista do comando da empresa.

Desde então, Tomazoni já era apontado como um dos mais cotados para assumir o comando do grupo dentro de um processo de sucessão.

Com Reuters.