Com nova troca de CEO, ações da Vivara (VIVA3) operam entre as maiores quedas do Ibovespa; o que fazer com as ações?
Menos de uma semana após os resultados do terceiro trimestre, os investidores de Vivara (VIVA3) foram surpreendidos com uma nova mudança no alto escalão: a troca de CEO da companhia.
Em reação, as ações VIVA3 iniciaram o pregão desta quarta-feira (13) em forte queda. Na abertura, os papéis caíram 4,28% (R$ 23,96) — e entraram em leilão por oscilação máxima permitida. As negociações foram retomadas cerca de 15 minutos depois.
Por volta de 11h10 (horário de Brasília), a varejista operava entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV) com baixa de 3,03%, a R$ 24,00. Acompanhe o Tempo Real.
Na véspera, a companhia informou que a renúncia de Otavio Lyra à presidência. Icaro Borrello, então diretor de operações (COO), deve assumir o posto de CEO. O processo de sucessão deve durar 30 dias.
O que dizem os analistas
Os analistas do Bradesco BBI e da Ágora Investimentos avaliam que a mudança de CEO “não ajuda o sentimento em relação à preocupação-chave do mercado”: a rotatividade da alta administração da companhia — um problema recorrente desde março deste ano.
“Isso pode, em última análise, limitar o potencial de reclassificação da Vivara por um tempo e esta nova decisão alimentará um pouco o ruído nessa frente” — o que explica a forte queda das ações nesta quarta-feira (13).
Mas, para os analistas, a mudança não sugere nenhuma interrupção significativa. Por isso, eles não alteraram a visão sobre a companhia.
“Ainda é muito cedo para assumir que as mudanças drásticas em andamento em sua gestão não terão efeitos colaterais negativos nos fundamentos da empresa no longo prazo”, escrevem os analistas Pedro Pinto e Flávia Meirelles.
“Esperamos sinais mais claros relacionados à continuidade dos negócios, bem como indicações de governança mais fortes”, dizem.
Bradesco BBI e a Ágora Investimentos mantiveram a recomendação de compra para VIVA3, com preço-alvo de R$ 35 — o que representa um potencial de valorização de % sobre o preço de fechamento da última terça-feira (13).
Com a mesma visão, o Itaú BBA espera que, do ponto de vista operacional, os impactos sejam “mínimos”.
“A Vivara continua sendo a melhor opção considerando o cenário macroeconômico atual – maior renda, menor elasticidade de preço, menor concorrência dos marketplaces”, escreve Rodrigo Gastim.
O banco também manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 32 — uma valorização potencial de um 29,4% sobre o preço de fechamento da véspera.
- Acima da Selic a 11,25% ao ano: conheça 8 ações que ainda podem valorizar acima da taxa de juros, segundo analista
Troca-troca na Vivara
Essa é a quarta troca no comando neste ano.
Em março, a companhia viveu uma reviravolta. Na época, o fundador e acionista controlador Nelson Kaufman reassumiu a cadeira de CEO, após 13 anos, com a saída de Paulo Kruglensky — que também renunciou.
Nessa “nova fase”, um dos objetivos era internacionalizar a joalheria — mas as ações derreteram, e Kaufman desistiu de assumir o posto.
Desde então, Otavio Lyra — que estava na empresa desde 2019 como diretor financeiro (CFO) — tomou à frente do negócio.
Resultados do 3T24
Na semana passada, a companhia reportou lucro líquido de R$ 107,2 milhões apurado entre julho e setembro, um crescimento de 40% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 149,7 milhões, um aumento de 23,6% em comparação ao terceiro trimestre de 2023.
Na avaliação do Itaú BBA, a empresa apresentou resultados “fortes” no terceiro trimestre com crescimento sólido e expansão da lucratividade — o que, segundo os analistas, deve desencadear revisões de lucros para cima.