Com nova revisão da balança comercial, exportações sobem US$ 6,4 bi
Depois de revisar para cima as exportações de novembro, o governo voltou a corrigir dados da balança comercial.
Com a nova retificação, as exportações aumentaram em US$ 6,488 bilhões em setembro, outubro e em novembro (até o dia 24) em relação ao anteriormente anunciado.
Os dados da última semana de novembro não foram atualizados porque, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as informações foram coletadas e transmitidas da forma correta.
Originalmente, a Secretaria de Comércio Exterior tinha afirmado que as exportações brasileiras tinham totalizado US$ 18,921 bilhões em setembro, US$ 18,231 bilhões em outubro e US$ 9,681 bilhões até 24 de novembro.
Com a revisão, as vendas externas ficaram em US$ 20,289 bilhões em setembro, US$ 19,576 em outubro e US$ 13,456 bilhões até 24 de novembro.
Falha na transmissão
Segundo o Ministério da Economia, o problema na balança comercial foi causado no momento de transmissão dos dados à Secex.
A falha ocorreu porque o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) descumpriu as recomendações de um fornecedor de equipamentos na hora de programar a coleta dos dados dos relatórios de exportações enviados pelas empresas.
Em janeiro, entrou em vigor o novo sistema de estatísticas comerciais, desenvolvido pelo Serpro, que substituiu o antigo Siscomex. Por enquanto, somente as exportações estão sendo apuradas pelo novo sistema. As importações continuam a ser contabilizadas pelo modelo antigo.
Diretor de Desenvolvimento do Serpro, Ricardo Jucá disse ter havido um erro humano na programação da coleta de dados, que começou a pegar amostras dos relatórios de exportação em vez de pegar os dados totais.
“Esse serviço faz uma consulta ao banco de dados e essa consulta não estava retornado a totalidade das exportações no período apurado”, disse. Ele explicou que o problema afetou as exportações de vários setores da economia, sem se concentrar num produto ou empresa específica.
Ao perceberem que os números das exportações vinham mais baixos que a série histórica, explicou Jucá, os técnicos da Secex pediram ao Serpro uma auditoria nas estatísticas de vendas externas do ano, que constatou que os erros começaram a aparecer em setembro. “Foi uma infelicidade. O volume de dados cresceu, e não fizemos os testes necessários”, disse Jucá.
O subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, disse que o governo ainda está avaliando se o incidente configurou quebra de contrato e se o Serpro seria punido com uma multa. “Isso está sendo avaliado. Se as prestações foram cumpridas. Quais as consequências, ainda não posso afirmar”, justificou.
O Ministério da Economia informou que a retificação da balança comercial também levará o Banco Central (BC) a revisar os números das contas externas, indicador que inclui saldo comercial, saldo de serviços, remessas líquidas de renda ao exterior, entrada e saída de aplicações financeiras e investimentos estrangeiros diretos.
Em nota, o BC afirmou que as estatísticas das contas externas serão revisadas na próxima publicação, que será divulgada em 20 de dezembro.