Com nova investida da Syngenta, players globais nas revendas deixam produtor entre ganho e dependência
Ainda está por ficar mais delineado onde o produtor vai ganhar e vai perder com a consolidação desenfreada das revendas de produtos agropecuários, principalmente a partir das aquisições que os players mundiais estão fazendo.
Além de tradings, o avanço sobre pequenas e médias redes também se dá pelas companhias dominantes na produção de insumos.
A última, anunciada na segunda, foi da Syngenta, que fica com a mineira Agro Cerrado, em um cenário nos qual os grupos brasileiros AgroGalaxy (AGXY3), do fundo Aqua Capital, e Lavoro, do fundo Pátria Investimentos, igualmente fecham o cerco com crescimento orgânico e fusões, entre outros casos.
Quando não, os interesses se misturam, na formação de parcerias destas duas pontas da cadeia.
Na antecipação de insumos para a produção de safra contra pagamento posterior com a entrega na colheita – há a opção de adiantamento antecipado em dinheiro, mas é pouco utilizado -, o cenário parece vantajoso.
Aparentemente, a concorrência mais musculosa pode forçar esses atores a oferecerem maiores benefícios, como na relação de troca de insumos versus preços de entrega dos produtos, uma vez que alguns são companhias produtoras, que em tese podem oferecer preços mais baixos.
Mas, a questão do excesso de dependência não fica esclarecido totalmente, na medida em que alguns players são dominantes em certas linhas de produtos.
Syngenta, gigante hoje chinês, uma das maiores do mundo em sementes e pesticidas, que já estava no negócio de revendas desde 2020, com a Dipagro, no Mato Grosso, e a Agro Jangada, no Mato Grosso do Sul, tem a companhia da Sumitomo Chemical.
Mais recentemente, a multinacional japonesa, comprou a Nativa Agronegócios, também no Cerrado, através da sua controlada Agro Amazônia.
Numa outra frente, a Bunge, uma faz maiores tradings e processadoras de grãos do mundo, detinha participação minoritária na Sinagro, outra revenda também do Centro-Oeste, fez acordo com UPL. A marca indiana disputa o mercado de agroquímicos com os chineses.
Ambas adquiriram todo o portfólio de genética e produção de sementes de soja e milho da Seedcorp HO. E juntas já haviam criado a Orígeo, com soluções mais completas aos agricultores de grãos do Norte do Brasil.
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