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Com minério de ferro nas alturas e caixa turbinado, Vale continuará sendo “máquina de dividendos”

29 jul 2021, 14:54 - atualizado em 29 jul 2021, 16:14
Barragem
O Ebitda, que mede o resultado operacional, foi recorde, somando US$ 11 bilhões (Imagem: Divulgação Vale)

Os resultados da Vale (VALE3) vieram fortes, mas dentro do previsto pelos analistas, que destacam o elevado preço do minério de ferro e a produção acelerada da companhia no período.

Tanto assim que o mercado reage com frieza aos números. Por volta das 14h23, as ações caíam 1,69%.

Para a XP Investimentos, as cifras já foram precificadas pelo mercado na prévia divulgada no último dia 19 de julho.

A empresa reportou lucro de US$ 7,67 bilhões no segundo trimestre, ante US$ 995 milhões um ano antes, próximo dos dados da Refinitiv.

“A Vale se beneficiou não só da demanda aquecida da China, mas também da demanda de países europeus em recuperação econômica, os quais apresentaram aumento de 34% na comparação trimestral do volume vendido de minério de ferro”, aponta a Ativa Investimentos.

O Ebitda, que mede o resultado operacional, foi recorde, somando US$ 11 bilhões. Porém, o número ficou abaixo 2% das expectativas do mercado e 5% menor do que o esperado pelo Santander.

Mesmo assim, o banco destaca a forte geração de caixa de US$ 6,5 bilhões no segundo trimestre, ante os US$ 12,4 bilhões no primeiro trimestre, equivalente a um retorno sobre fluxo de caixa livre (FCF yield) anualizado de 20%.

O Ebitda foi turbinado por preços mais fortes, que compensaram os custos de produção e frete elevados, observa a XP Investimentos.

Para o Safra, o Ebitda veio 7% abaixo das estimativas, principalmente porque os preços realizados ficaram 5% menores que o previsto, “enquanto o lucro líquido veio 15% acima da nossa estimativa, devido às maiores receitas de câmbio”.

Aproveitando o momento, a companhia anunciou distribuição mínima de US$ 5,3 bilhões em dividendos (yield de 4,5%) a serem pagos em setembro. O montante final e as datas serão definidos pelo conselho de administração em momento oportuno.

Segundo o Inter, a Vale se consolida como forte pagadora de dividendos e as perspectivas neste sentido seguem otimistas para os próximos trimestres.

A Ágora prevê pagamento de US$ 20 bilhões em dividendos neste ano.

“Apesar de um pouco mais fraco do que o esperado, acreditamos que os resultados não devem ser um fator importante. No futuro, o programa de recompra deve continuar a fornecer suporte às ações, enquanto pensamos que o excesso de geração de FCL devido aos altos preços do minério de ferro ainda não está refletido no patrimônio da Vale”, completa a corretora.

O Itaú BBA ressalta, porém, que a dívida líquida aumentou para US$ 11,4 bilhões (alta de US$ 700 milhões no trimestre), seguindo os impactos negativos da alta do real (12% no trimestre) e a provisão adicional de US$ 560 milhões registrada para obrigações da Samarco e da Fundação Renova.

Minério de Ferro
O segmento reportou receita líquida de US$ 14.297 milhões, 37% maior que o primeiro trimestre e 143% acima do ano passado (Imagem: Pixabay/Letiha)

Metais ferrosos brilham

No embalo da alta dos preços do minério de ferro, a operação de minerais ferrosos segue dando alegria para a Vale.

O segmento reportou receita líquida de US$ 14.297 milhões, 37% maior que o primeiro trimestre e 143% acima do ano passado.

O Inter lembra que a Vale foi beneficiada por preços mais altos nos mercados internacionais, o que permitiu um preço realizado do MF em US$ 182,8 por tonelada (ante MF62 de mercado de US$ 200/t) e elevados prêmios por qualidade, apesar da queda no trimestre.

Os metais básicos somaram US$ 2.180 milhões, 4,4% acima das estimativas, impactada negativamente por menores volumes de produção em razão da greve em Sudbury, no Canadá, bem como preços levemente mais baixos de níquel nos mercados internacionais, mas parcialmente compensadas por maiores receitas de cobre em razão dos melhores volumes e preços no período.

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