Com mais açúcar, usinas controlam o etanol e resistem ao aumento da oferta
As empresas compradoras de etanol hidratado estão valorizando o produto na usina no início desta semana. A oferta tende a aumentar com o andar de maio, e mais usinas trabalhando, mas por hora prevalece a pouca disponibilidade.
Mesmo o recuo de 0,59% (R$ 2,6589/litro) na semana passada, detectado pelo Cepea, foi considerado mais um ajuste, depois de quatro períodos de altas e dois, pelo menos, fortes.
Na segunda, a mesa de operações da SCA Trading teve negociações de até R$ 20,00 o metro cúbico, melhor que nas últimas quinta e sexta. “Imaginava mais oferta e certa cautela das distribuidoras, mas não ocorreu”, diz Martinho Ono, CEO da empresa.
O Indicador Diário Paulínia, também do instituto da Esalq/USP, deu alta de 2,60%, com o litro sendo negociado a R$ 2,803.
Como Ono, Paulo Strini, trader do Grupo Triex, relata a preferência pela produção de açúcar neste início de safra. E, igualmente, destaca que a diferença de preço para a gasolina, na bomba, chega até R$ 1,80 em várias praças.
O corte de 1,9% da gasolina, na refinaria da Petrobras (PETR4), dia 1º, não deve ter reflexo. Mesmo porque os postos recompuseram as margens também na mesma semana, inclusive do etanol, segundo a ANP.
É certo, porém, que a tendência é aumento da produção de etanol, tanto porque as usinas vão ganhando mais ritmo, quanto várias vão começar a trabalhar a safra. “Mas é cedo para se ter oferta predatória”, acredita o diretor da SCA Trading.
O andamento do petróleo, e o impacto sobre a gasolina, deverá ser o pêndulo.
Ganhando força na demanda, especialmente pela expectativa de sensível melhora da movimentação das economias centrais em relação à pandemia – como já se percebe -, o biocombustível poderá resistir à pressão de preços.