Com M4U e Tiaxa, Bemobi passa a deter “poderoso leque” de soluções em microfinanças
A Bemobi (BMOB3) acelerou o ritmo da sua agenda de M&A (fusões e aquisições) nos últimos dias. Pouco tempo após anunciar a aquisição da Multidisplay (M4U), subsidiária da Cielo (CIEL3), a companhia divulgou uma nota ao mercado comunicando a compra do grupo chileno Tiaxa.
Os analistas foram claros ao compartilhar suas opiniões: as duas aquisições são transformacionais para a Bemobi. Segundo a XP Investimentos, a aquisição da M4U, além do crescimento inorgânico, vai agregar sinergia de receita à companhia, acelerando o crescimento orgânico no segmento de microfinanças.
“Apesar do overlap de canais existentes com a M4U, a companhia adquirida agregará novas capacidades, como a parte de processamento e filtros antifraude aumentando a robustez das ofertas da companhia para alavancar sua penetração no segmento de microfinanças no Brasil e principalmente internacionalmente”, comentou a corretora.
O BTG Pactual (BPAC11) enxerga um “fit estratégico incrível” da Bemobi com a M4U e a Tiaxa.
“M4U é gigante no mundo de top ups, processando R$ 6 bilhões em recargas no último ano. A Bemobi acaba de colocar as mãos em um poderoso leque de soluções de microfinanças, com inteligência e expertise únicos, para construir a melhor e mais robusta oferta do segmento”, disse o banco. Para os analistas, a aquisição também oferece à Bemobi a musculatura necessária para construir novo projetos e acelerar os já existentes.
A integração dos ativos pode ser desafiadora, mas o BTG acredita na qualidade da gestão.
“Acreditamos que a empresa possui um time de ponta que conhece muito bem os ativos que compraram e vão destravar um grande valor com eles”, defendeu.
Promessa cumprida
O BTG destacou que a Bemobi, com apenas seis meses de negociação na B3 (B3SA3), entregou quase tudo que prometeu de M&A para três anos – e gastando metade do dinheiro levantado na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
“Há uma semana atrás, a Bemobi era uma empresa de R$ 260 milhões de receita. Em um piscar de olhos, se tornou uma empresa de R$ 520 milhões de receita, pagando múltiplos acretivos e, o mais importante, trazendo um know how complementar e único, além de novos relacionamentos com operadoras”, afirmou o banco.
O BTG tem preço-alvo de R$ 30 para a ação da Bemobi, o que implica um potencial de 35,2% em relação à cotação do fechamento de sexta-feira, de R$ 22,18.
A XP manteve a recomendação de compra e preço-alvo também de R$ 30 para o papel.