Com Lula eleito, o que fazer com os títulos de renda fixa?
Com a eleição de Lula (PT), os analistas de Toro Investimentos acreditam que, na renda fixa, os títulos com prazo entre um e três anos pós-fixados devem se beneficiar de um patamar mais elevado dos Certificados de Depósitos Interbancários (CDI).
Segundo a corretora, neste primeiro momento, esses papéis ganham vantagem em relação aos prefixados e atrelados à inflação, que podem passar por um aumento nos spreads ao longo dos próximos meses.
No entanto, avaliando as economias internacionais — em um possível cenário de inflação mais alta durante esse período –, os analistas também acham interessante a posição em títulos atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com prazo entre 2 e 5 anos.
Medidas fiscais expansionistas
Para os anakistas da Toro, nos próximos anos, o Brasil deve enfrentar medidas fiscais expansionistas, que podem beneficiar alguns setores, porém podem trazer pressão nas taxas de juros futuras (DI’s).
Com o Teto de Gastos mais flexível, ou extinto, é possível que o panorama fiscal passe por algum nível de deterioração, possivelmente aumentando os spreads dos títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação, explicam os analistas.
A depender dos impactos dessas medidas sobre a inflação, eles afirmam ser necessário manter a taxa de juros, a Selic, em patamares mais elevados, apesar da posição já avançada no que diz respeito aos juros básicos brasileiros atuais quando comparados com outras economias.
Nesse cenário, títulos com prazo entre um e três anos pós-fixados devem se beneficiar.
Pressões inflacionárias externas
Outro ponto que os analistas levantam é a proteção contra uma possível alta da inflação. “Garantir um retorno real atrativo, para prazos entre 2 e 5 anos, pode se mostrar interessante”, dizem.
O Brasil está em uma posição privilegiada diante da reação mais rápida do Banco Central em subir os juros e medidas do atual governo, que ajudaram a arrefecer os níveis de preços da economia. Entretanto, os analistas lembram que o país sente as pressões inflacionárias externas que podem ser potencializadas, caso as políticas fiscais demasiadamente expansionistas se materializem por aqui.
Por isso, títulos atrelados ao IPCA, com prazo entre 2 e 5 anos, podem desempenhar bem. Os analistas explicam que, para os títulos mais longos, o aumento nos prêmios — na parte prefixada — traria um impacto negativo superior ao ganho que um IPCA mais alto traria.
“Entendemos que, apesar de ainda fazer sentido para alguns perfis e objetivos individuais de cada investidor, no médio prazo pode ser possível encarteirar esses títulos com prêmios ainda mais atrativos”, dizem.
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