Com Lula eleito, mercado fica atento à agenda econômica e ao ministro da área
Com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eleito presidente do Brasil, o mercado financeiro estará atento à agenda econômica e a quem será o ministro da área – se da Economia ou da Fazenda, tanto faz. É o que avalia o CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa.
“A composição de seu ministério será essencial para que a sociedade tenha condições de entender qual o caminho que o novo presidente irá seguir”, afirmou em comentário de cunho pessoal.
Segundo Kawa, Lula deveria adotar um discurso apaziguador, tentando unir o país. Porém, o gestor tem dúvidas sobre se isso é possível.
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“Há um enorme desafio em conciliar toda a agenda social que Lula apresentou na campanha, em meio a um problema fiscal que, invariavelmente, terá de ser equacionado, em um prazo não muito longo”, observa o gestor da TAG.
Kawa acrescenta que o cenário internacional atual é muito mais desafiador do que aquele enfrentado por Lula em 2002, quando assumiu a Presidência pela primeira vez. “Particularmente, acho que seu governo terá problemas maiores para conseguir equacionar uma agenda social, com as necessidades econômicas do país”, avalia.
E os mercados?
Com isso, Kawa avalia que a primeira reação dos mercados domésticos na segunda-feira (31) será negativa. E esse movimento de depreciação dos ativos locais tende a durar.
“Até que haja uma visibilidade maior em relação à composição do ministério [de Lula]”, diz o gestor. “Nos próximos dias, o mercado estará atento à agenda que será anunciada, assim como a composição de seu ministério”, emenda.
Contudo, o gestor lembra que “quedas muito acentuadas” do Ibovespa e do real em relação ao dólar podem ser vistas como oportunidades de alocação por alguns investidores, em especial estrangeiros.
“Acredito que haja disposição dos estrangeiros em investir no país, e os [investidores] locais estão com posições relativamente pequenas. Isso pode evitar, no curto prazo, uma aversão a risco maior nos ativos do Brasil”, pondera.
Bolsonaro derrotado
Além disso, Kawa avalia que a reação do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) também será fundamental para a dinâmica de mercado no curto prazo. O candidato à reeleição tornou-se o primeiro presidente que não foi reeleito para um segundo mandato desde a redemocratização do país, nos anos 1990.
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