Comprar ou vender?

É hora de vender Petrobras (PETR4) após vitória de Lula? Veja o que diz o BTG

31 out 2022, 16:11 - atualizado em 31 out 2022, 20:43
Lula
Segundo os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, uma reclassificação da petroleira dependerá das mensagens que o governo Lula passará ao mercado (Imagem: REUTERS/Carla Carniel)

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) derretem com força nesta sessão após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL). Por volta das 15h25, ação caia 8,20%, a R$ 29,89. Desde do dia 21 de outubro, a ação acumula tombo de 20%. É hora de vender?

O BTG Pactual atualizou suas estimativas para a Petrobras, cortando o preço-alvo em R$ 5 (de R$ 40 para R$ 35). Porém, o banco manteve a neutralidade para o papel.

Segundo os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, uma reclassificação da petroleira dependerá das mensagens que o governo Lula passará ao mercado.

“Preservar parte do pagamento de dividendos pode ser uma almofada para o preço das ações e nossa visão relativamente otimista sobre os preços do petróleo também deve sustentar os excelentes resultados de E&P (exploração e produção de petróleo) da Petrobras por um tempo”, discorrem.

Dividendos da Petrobras

Conforme entrevista ao Money Times, o economista da campanha de Lula, Guilherme Mello, afirmou que a Petrobras voltará a investir em pesquisa e desenvolvimento, o que, segundo o BTG, pode elevar o endividamento e, por outro lado, abaixar os dividendos da Petrobras.

“Sua recente Carta ao Brasil de Amanhã enfatizou que o Brasil não pode contar com a importação de combustíveis, sugerindo que investimentos downstream (refino de petróleo bruto) são plausíveis”, colocam.

Além disso, a dupla escreve que a principal razão para investidores comprarem Petrobras são os seus dividendos.

“Eles darão pouca ou nenhuma credibilidade aos projetos de crescimento em negócios onde a Petrobras não é um proprietário natural (ou seja, E&P), garantindo, em última análise, um risco-recompensa pouco atraente”, observam.

O BTG coloca ainda que mecanismos de defesa, como a lei das estatais, devem impedir ou retardar algumas dessas propostas. Porém, esses mecanismos podem ser alterados.

Em entrevista ao Money Timesrealizada antes do primeiro turno, Mello afirmou não se opor à Lei das Estatais, aprovada ainda durante o governo Temer.

“Não temos nenhum problema com regramento que proteja estatais desse ponto de vista e que exija a formação de quadros ilibados, sérios e técnicos. Isso é muito importante para as estatais. É um tema que não nos preocupa”, coloca.

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