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Com juros altos, classe média tem mais dificuldade na compra do imóvel; pesquisa mostra queda no setor de médio padrão

24 set 2024, 16:07 - atualizado em 24 set 2024, 16:07
imóveis residenciais
Apesar disso, o número ainda é expressivo o que demonstra que o setor é crucial para o mercado imobiliário. (Imagem: Canva Pro)

Juros mais altos, aumento no custo do financiamento bancário além dos problemas com a funding tem sido a fórmula perfeita para inibir a compra de imóveis, principalmente, a classe média. Se no segundo trimestre de 2023 o mercado de médio padrão foi responsável por 60% do Valor Global Lançado (VGL), este ano ele apresentou uma queda e passou a ser 50% do total. Apesar disso, o número ainda é expressivo o que demonstra que o setor é crucial para o mercado imobiliário.

  • As melhores estratégias para investir em FIIs com a alta da Selic; Confira no Giro do Mercado ao vivo desta terça-feira (24) no player abaixo:

Os números foram apresentados em uma pesquisa realizada pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e Brain Inteligência Estratégica, que mostrou também que o mercado de alto padrão foi responsável por 26%, enquanto o outros 24% do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), no segundo trimestre de 2024.

“A classe média tem interesse em comprar imóveis, mas encontra dificuldade em obter crédito devido aos juros elevados e ao alto custo do funding. Isso não só compromete o orçamento das famílias, que enfrentam obstáculos para financiar a casa própria, como também inibe o lançamento de novos projetos pelas incorporadoras, afetando todo o setor,” afirma Luiz França, presidente da Abrainc.

Ainda segundo os dados apontados pela pesquisa, 48% do entrevistados gerais possuem a intenção de compra, sendo que o menor patamar encontra-se justamente na faixa de renda entre R$ 10 e R$ 20 mil, com 40% de intenção.

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Mercado imobiliário e alta na taxa Selic

Vale lembrar que o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou na última quarta-feira (18) alta na taxa, a Selic, de 10,50% para 10,75% ao ano. Segundo França, a taxa alta “tem efeito negativo sobre os tomadores de crédito em todos os setores da economia, encarecendo os empréstimos e financiamentos”.

Ainda que na ata divulgada nesta terça-feira (24) os membros do Copom não se comprometam com estratégias futuras, o mercado já precifica mais altas no horizontes.

Economistas consultados pelo Banco Central elevaram a aposta para Selic ao final deste ano, para 11,50%, segundo o Boletim Focus desta segunda-feira (23). As estimativas para 2025, 2026 e 2027 se mantiveram estáveis e são esperados juros nos patamares de 10,50%, 9,50% e 9%, respectivamente.