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Com inflação mais baixa, Argentina dará continuidade a cortes de juros

04 mar 2020, 9:19 - atualizado em 04 mar 2020, 9:19
Peso Argentino
Segundo fontes, o banco central reduzirá o piso da taxa de referência Leliq em 2 pontos percentuais, para 38%, em reunião marcada para esta quinta-feira (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

O banco central da Argentina planeja continuar com os cortes da taxa básica de juros diante da perspectiva de desaceleração da inflação, segundo uma pessoa com conhecimento direto do assunto.

O banco central reduzirá o piso da taxa de referência Leliq em 2 pontos percentuais, para 38%, em reunião marcada para esta quinta-feira, de acordo com a pessoa, que pediu para não ser identificada. A autoridade monetária também espera que a inflação mensal fique abaixo de 2% em fevereiro em comparação aos 2,3% em janeiro, o que confirmaria a desaceleração de preços que abre espaço para a continuidade dos cortes dos juros.

A Argentina iniciou um intenso ciclo de redução da taxa de juros desde que o presidente Alberto Fernández tomou posse em 10 de dezembro, apesar da inflação anual ainda estar acima de 50%. O banco central já cortou o piso da taxa básica em 23 pontos percentuais, para 40%, em sete reuniões em que os juros foram reduzidos.

Ao mesmo tempo, o país foca em combater a inflação por meio do chamado “pacto social”, que inclui vários congelamentos de preços de alimentos e serviços públicos, e não por meio da taxa básica de juros.

O banco central considera que a política do governo conseguirá desacelerar significativamente a inflação este ano, disse a pessoa. A assessoria de imprensa da instituição não quis comentar.

Em comunicado de política monetária no mês passado, o banco central justificou que os cortes dos juros são uma ferramenta para ajudar a recuperar a economia argentina, que deverá encolher pelo terceiro ano seguido em 2020. No governo anterior do presidente Mauricio Macri, o banco central chegou a subir os juros para 84% em uma tentativa frustrada de combater a inflação.

O banco central também busca reduzir a proporção das taxas Leliq pagas por suas operações compromissadas, para 40% em relação aos atuais 50%, de acordo com a pessoa. Bancos privados usavam o sistema de operações compromissadas do banco central para acumular recursos que não eram usados na rolagem em leilões quinzenais da Leliq. O banco central agora tenta desencorajar bancos privados a usar esse instrumento para promover mais atividade nos leilões.

O jornal Ámbito Financeiro havia reportado anteriormente o próximo corte dos juros.