Com inflação e recessão nos EUA é hora de mudar de emprego? Veja o que diz pesquisa
Deixar um emprego para tentar novas oportunidades pode ser tentador, mas com inflação e recessão presentes não dá para brincar em serviço na hora de escolher.
Mesmo com um mercado que desde janeiro adicionou 1,7 milhão de empregos nos Estados Unidos, movimentos como o das demissões voluntárias, apelidado de “a grande renúncia”, mostram novas percepções sobre carreira.
Mas, muitos não estão se sentindo tão otimistas com o mundo do trabalho. É o que diz o novo relatório da plataforma de busca de emprego Joblist que pesquisou mais de 11.000 candidatos.
Recessão batendo à porta
Apesar do crescimento do emprego se permanecer forte e a taxa de desemprego se manter estável em 3,6% – o índice mais baixo desde janeiro de 2020, à medida que consumidores e empresas lidam com a inflação, taxas de juros crescentes, interrupções contínuas na cadeia de suprimentos e a Covid-19, muitos se preocupam com uma recessão que parece estar aguardando na esquina.
Essa apreensão já atinge os trabalhadores: 80% dos candidatos a emprego esperam que os EUA entrem em recessão no próximo ano e 49% preveem que o mercado de trabalho piorará nos próximos seis meses.
Como resultado, 60% dos candidatos sentem mais urgência em encontrar um emprego agora, antes que as condições do mercado mudem.
Inflação abocanhando salários
Nos EUA a inflação supera os aumentos salariais e no Brasil não é diferente.
Segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no acumulado de 2022 até junho, em que a inflação soma alta de 5,49%, o salário mínimo necessário já deveria ser de R$ 6.527,67, valor distante dos atuais R$ 1.212 ou do previsto para o ano que vem de R$ 1.294.
Para os norte-americanos, dos trabalhadores que receberam aumento salarial no primeiro semestre de 2022 (41%) 72% relataram que o aumento foi inferior a 8,5%, não conseguindo acompanhar a taxa de inflação atual.
Apenas 28% dizem que esses aumentos foram superiores à inflação. Mais de 75% dos candidatos a emprego acreditam que poderiam ganhar mais dinheiro se trocassem de trabalho.
Antecipando a aposentadoria
Enquanto a pandemia do Coronavírus fez com que dois milhões de pessoas se aposentassem antecipadamente nos EUA, 27% desses profissionais agora estão voltando ao trabalho motivados por razões financeiras.
Ficar parado não dá. 60% deles dizem que isso é por motivos pessoais, como querer ocupar o tempo, e 53% relatam que estão felizes em voltar ao mercado.
Nem tudo são flores e esse movimento não é tão espontâneo assim. 21% dos participantes do levantamento citaram a inflação como principal motivo para retornar ao trabalho.
Trocar de trabalho e custo do arrependimento
Mudar de emprego também tem um custo. 26% dos funcionários que mudaram de emprego disseram que se arrependeram e 17% que voltariam ao antigo ofício.
Em números, foram quase 48 milhões de norte-americanos que deixaram seus postos em 2021, segundo o Federal Reserve Economic Data (FRED).
A saudade do ex é presente em ambos os lados. A pesquisa do Joblist identificou que 23% dos entrevistados relataram que seu empregador anterior entrou em contato com eles convidando-os para voltarem depois de pedirem demissão.
Para o CEO da Joblist, Kevin Harrington, hoje as perspectivas são mais incertas, mas mudar continua sendo uma opção possível.
“Apesar dos sinais de alerta econômicos, ainda não é um mau momento para procurar emprego. Meu maior conselho para quem procura emprego é avaliar novas oportunidades de forma mais crítica e olhar antes de pular. Pode ser mais difícil trocar de função mais tarde, portanto, certifique-se de estar confiante em sua decisão e tenha um plano de backup antes de sair”, aconselhou ele em um e-mail divulgado pelo Fast Company.
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