Com gestão prudente, Itaú avança bem no combate aos efeitos da crise
A Planner atualizou as expectativas sobre o Itaú Unibanco (ITUB4) após participar da reunião pública da Itaúsa (ITSA4), realizada na última quarta-feira (24). Os analistas da corretora reforçaram a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 32 por verem a companhia ainda “líquida”, com “capitalização adequada” e “gestão prudente de capital”.
A Planner adequou a geração de caixa e os lucros do banco, reduzindo proporcionalmente o retorno esperado. A projeção do custo de capital (ke) caiu de 12,5% para 10,5%, enquanto o crescimento na perpetuidade passou de 3,5% para 3%.
“Esperamos uma recuperação gradual do resultado no segundo semestre por conta do menor custo do crédito e do crescimento das despesas não decorrentes de juros, abaixo da inflação, por menores gastos, notadamente nas operações no Brasil”, disse Victor Luiz de F. Martins, autor do relatório divulgado pela Planner.
Combate aos efeitos do coronavírus
O Itaú mostrou que está avançando no combate aos efeitos da pandemia de covid-19. A empresa tem focado mais no cliente, oferecendo condições de endividamento sustentáveis no longo prazo e concedendo novos créditos a pessoas físicas e micro e pequenas empresas, além de assegurar o bom funcionamento de suas operações e o bem-estar dos funcionários.
A companhia ainda expandiu a área de Tecnologia da Informação (TI), e estima que os investimentos no segmento vão crescer 40% neste ano.
“Foram contatados mais de 802 analistas de tecnologia, que se somam aos 1.448 colaboradores incorporados pela aquisição da companhia de serviços de tecnologia ZupIT e aos 250 cientistas de dados”, contou Martins. “Esses investimentos buscam acelerar a transformação tecnológica com a oferta de novas funcionalidades e de produtos digitais aos clientes, e maior eficiência através da racionalização de custos”.
Durante a reunião, o Itaú também destacou a chegada do novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC).
Na avaliação do banco, o início das operações do Pix em novembro, embora reduza as receitas dos bancos, ajudará instituições financeiras na captação de novos clientes.
Próximos trimestres
Para o banco, sua carteira de crédito deve crescer no segmento de grandes empresas no curto prazo. No caso das categorias para pessoas físicas e micro e pequenas empresas, os créditos ficarão estáveis,
O custo do crédito provavelmente cairá na segunda metade do ano em razão da melhora no ambiente de mercado. Já a inadimplência vai aumentar ao longo dos próximos trimestres, dependendo do ritmo de recuperação da economia no país.
As receitas de serviços podem melhorar ao passo que a atividade econômica se recupera, enquanto a ala de seguros seguirá pressionada.