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Com dólar em queda e commodities em alta, stablecoins são uma boa opção de investimento?

25 mar 2022, 17:16 - atualizado em 25 mar 2022, 18:32
Paxos ou dólar?
Diferencial na exposição de ativos por meio de stablecoins é sua comunicação com blockchains. (Imagem: Crypto Times)

O dólar tem registrado quedas consecutivas em relação ao real em um momento aumento de taxas de juros nos Estados Unidos. Na mínima desta sexta-feira (25), a moeda recuou 1,12%, a R$ 4,7768 na venda.

Por outro lado, o ouro e o petróleo vem mostrando valorizações constantes desde o início da guerra na Ucrânia. Hoje o barril é cotado a U$ 112, com uma variação diária positiva de 0,36% até o fechamento desta matéria.

Investidores tem questionado se vale a pena a alocação nesses ativos por meio de stablecoins – que são não algorítmicas e colateralizadas em ativos físicos, onde um custodiante emite o ativo digital baseado no lastro que possui sob custódia.

Existem diversas categorias como as stablecoins lastreadas em dólar, real, petróleo, ouro e até café.

O diferencial na exposição de ativos por meio de stablecoins é sua comunicação com blockchains, podendo ser negociadas quando quiser de forma descentralizadas, e trocadas por outros criptoativos.

A exposição em dólar e ouro por meio das stablecoins é uma boa estratégia?

Entre as já existentes para o real em stablecoin está a BRZ, da emissora Transfero – que diz ser a stablecoin em real mais negociada do mercado em volume.

O café possui como alternativa o Coffe Coin, emitida pela Minasul — uma das maiores cooperativas do mundo em produção de café.

Segundo Luiz Pedro Andrade, analista-chefe de criptoativos da Nord Research, vale a pena se posicionar nas stablecoins para dólar. “No longo prazo, a estratégia adequada seria fazer aportes periódicos.”

O analista diz que, assim que a situação das commodities se estabilizar e a taxa de juros do Estados Unidos começarem a reagir “de forma condizente com a realidade da inflação, pode ser que o dólar seja controlado frente ao real e a volatilidade das commodities no Brasil diminua”.

Para Andrade, a melhor stablecoin para se expor ao dólar é a USD Coin (USDC), da emissora Circle.

No caso de commodities como o ouro, Andrade diz que o momento é bom para o investimento, mas pondera que o ativo pode não ser atrativo no longo prazo.

O analista comenta que o ouro é uma boa proteção contra a inflação, principalmente nos Estados Unidos e em qualquer cenário inflacionário.

“Mas a tendência é que, no decorrer do tempo, a inflação seja reduzida caso o Fed volte a agir com veemência em relação à taxa de juros”, diz. “Pensando a curto e médio prazo, é uma oportunidade melhor comprar ouro ao invés de dólar.”

Nesse caso, a stablecoin lastreada em ouro sugerida pelo especialista seria o Pax Gold (PAXG), da custodiante Paxos – por ter, segundo ele, um bom custodiante e seguir bem o lastro proposto.

Investimento ou reserva em caixa?

Para Felipe Vallejo, Chief Regulatory Officer da Bitso, vários fatores podem acabar influenciando o desempenho das criptomoedas de alguma forma. Portanto, as stablecoins são mais buscadas por quem deseja ter um valor separado em caixa.

Ele comenta que, embora os valores das criptomoedas não estejam diretamente atrelados a variações cambiais e valorização ou desvalorização de uma moeda específica, como o Real, “estes são fatores que, combinados a outros fenômenos, podem provocar oscilações casuais e gerar mudanças pontuais no comportamento de usuários que buscam retorno mais imediato”.

Para ele, as stablecoins oferecem as mesmas vantagens de outras criptomoedas, mas por serem lastreadas em ativos tradicionais são menos voláteis e se tornam uma alternativa interessante para quem precisa realizar transações imediatas sem as oscilações que outras opções oferecem. 

Ele reforça que, em sua opinião, as pessoas estão realmente aprendendo a se adaptar e diversificar seus investimentos.

“Em alguns momentos de variação maior, elas acabam optando por ativos digitais que mantêm flutuações mínimas em seu preço e podem ajudar a reduzir o risco do investimento.”

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
leonardo.cavalcanti@moneytimes.com.br
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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