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Com dívida de R$ 124 milhões, Grupo Bergamasco entra com pedido de recuperação judicial; como fica o BTRA11?

30 nov 2023, 13:34 - atualizado em 30 nov 2023, 13:34
grupo bergamasco recuperação judicial
Segundo responsável pela recuperação judicial, o objetivo é apresentar um plano em 60 dias para honrar todas as dívidas do grupo (Imagem: Pixabay/Innviertlerin)

O Grupo Bergamasco (Agropecuária Três Irmãos Bergamasco Ltda), que conta com terras ligadas ao fundo imobiliário BTG Terras Agrícolas (BTRA11), entrou com pedido de recuperação judicial.

A família de produtores rurais protocolou o pedido na 4ª Vara Cível de Sinop, com dívida superior a R$ 124 milhões.

Em agosto, o BTRA11 retomou a posse dos Imóveis 3 Irmãos do Grupo Bergamasco após distrato, assim como a recompra pelo Grupo Bergamasco da Fazenda Colibri por R$ 42,8 milhões, localizada em Nova Mutum (MT).

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Em comunicado publicado ao mercado, o BTG ressaltou que o Grupo Bergamasco é promitente comprador (isto é, assinou um pré-contrato de compra) do imóvel rural denominado Fazenda Colibri, localizado no Município de Nova Mutum-MT, com área total de 400,50 hectares, contando com garantias prestadas por pessoas físicas do Grupo Bergamasco, existindo ainda CPR físicas emitidas em favor do fundo.

Das seis propriedades ligadas ao BTRA11, apenas duas fazem parte da família de produtores, uma em nova Nova Mutum (Fazenda Colibri) e outra em Tapurah.

Os motivos por trás do pedido de recuperação judicial

Em julho, o Grupo Bergamasco atrasou o pagamento da última parcela de compra da fazenda, o que resultou em um impacto negativo mensal de R$ 0,33 por cota do FII.

Na ocasião, o Agro Times ouviu uma fonte que explicou que o atraso se deu por conta da forte queda dos preços das commodities, que afetaram a rentabilidade do Grupo.

“Na nossa visão, é algo impagável para a realidade de Mato Grosso. As médias das lavouras giram em torno de 50-62 sacas de soja por hectare, e o custo da operação gira em torno de 72-73 sacas por hectare”, afirmou o porta-voz do Bergamasco. “Ou seja, a produção paga apenas o custo, sem contar com outros gastos da nossa atividade. Não há margem para pagarmos essa taxa, ainda mais neste momento de crise “, explica.

De acordo com Euclides Ribeiro Silva, da ERS Advocacia e Consultoria, responsável pela recuperação judicial do Grupo Bergamasco, o objetivo é realizar o pagamento para todos os credores.

“Vamos apresentar um plano em 60 dias e permitir que sejam honradas todas as dívidas do Grupo Bergamasco, de forma que se permita a continuidade da operação. Dentro da estrutura do agronegócio temos dois problemas, Selic a 13,25% além dos juros cobrados, dá mais de 30% ao ano, algo que o setor não consegue pagar. Os pagamentos conseguem ser honrados em momentos de ‘boom’ nos preços, como ocorreu pra soja que saiu de R$ 60 para R$ 180 por saca, quando ela voltou para R$ 100, houve um impacto e os fundos agora tem que lidar com essa situação, contudo soluções serão encontradas, não é a primeira nem será a última recuperação do produtor rural, em outros casos fizemos acordo com o Fundo e continua protegida a cota do investidor.“

Confira o comunicado do BTG.

** Com Flavya Pereira

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