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Com demanda indo para Ásia, prêmios fortes do açúcar em Santos se esgotam em julho

03 jul 2020, 11:32 - atualizado em 03 jul 2020, 11:36
Açúcar bruto
Resta pouco açúcar brasileiro ainda não contratado por exportadores (Imagem: REUTERS/Khalid al-Mousily)

Os fortes prêmios do açúcar no Porto de Santos, contra os vencimentos de Nova York, devem ter mais este mês para ficarem acima dos 20 pontos, ou em torno disso, antes de recuarem. A commodity ofertada pelo Brasil já está no fim e a demanda vai se voltar para a Ásia.

Contra uma fixação de exportações que saiu de junho por volta de 22 milhões de toneladas – de um total previsto em 28 milhões/t – e estoques indianos e tailandeses na casa das 20 milhões, o movimento se inverte. A safra naquela região já praticamente foi concluída antecipadamente.

Foram três meses de fortes embarques, com o dólar impulsionando o movimento, mantendo os prêmios naquela faixa, complementa ainda o analista da Safras & Mercado, Maurício Muruci. Junto com o esgotamento da disponibilidade brasileira, ele acredita ainda que o Brasil vai gerar mais etanol a partir de agosto, com a recuperação da competitividade, além da demanda em linha de melhora. Os R$ 2,10 na usina, a partir de agosto ou setembro, não é tão improvável.

“As usinas também vão aproveitar para produzir mais etanol para a entressafra”, explica Muruci.

Mas nem a pequena sobra do açúcar aqui e a possibilidade de aumento da produção do etanol devem dar preços em Nova York. Para Muruci, a oferta estocada da Índia e Tailândia, mais as safras 20/21 de ambos com boas previsões – 32 milhões/t e 12 milhões/t, respectivamente – vão continuar pressionando as cotações sem espaço para avançar mais que os níveis atuais.

Para segunda (hoje, 3, é feriado nos Estados Unidos), o contrato outubro na ICE Futures ficou em 12,24 centavos de dólar por libra-peso.