Com crise, bônus da Odebrecht no exterior vale apenas 8% de sua emissão
O agravamento da crise da Odebrecht nos últimos meses afeta diretamente os bônus da construtora OEC. Atualmente, os investidores estrangeiros pagam pelo título apenas 8% do valor bruto da emissão, o que representa uma expectativa de calote de 92% sobre os US$ 2,9 bilhões emitidos por diversos anos. As informações são da edição desta sexta-feira da Coluna do Broad, do Estadão.
De acordo com a publicação, este é o menor valor já registrado historicamente pelos ativos, o que reflete a forma que os investidores receberam o fracasso nas negociações para a venda da Braskem (BRKM5) para a holandesa LyondellBasell.
Pouco antes do fracasso do negócio da petroquímica ser anunciado, os bônus eram comprados por investidores pro 12% do valor original, sendo que o patamar era de 15% antes do pedido de recuperação judicial da Atvos, o braço sucroenergético do grupo.
Outro ponto que reforça a tese de calote, destaca a coluna, é o fato dos papéis não pagarem mais os juros semestrais desde outubro de 2019, com a OEC entrando em negociação com donos dos títulos desde então.
Uma alternativa apresentada por esses credores no início do ano é que a dívida fosse paga em dinheiro com os recursos provenientes da venda da Braskem. Apesar disso, o jornal informa que a OEC ainda negocia com os investidores mas, caso a holding entre em recuperação judicial, vai arrastar o grupo e prejudicar as negociações.