Com crise argentina, ações da Adecoagro são barganha, diz Citi
A Adecoagro está pagando um preço muito alto por sua exposição à Argentina.
As ações da empresa agrícola negociadas em Nova York acompanharam a desvalorização dos títulos argentinos, diante da provável eleição do candidato de esquerda Alberto Fernández à presidência, o que sinaliza um retorno às políticas protecionistas.
Mas, embora a Adecoagro tenha iniciado suas operações na Argentina, apenas 20% dos ganhos da empresa vêm do país sul-americano. As operações de cana-de-açúcar no Brasil têm um peso muito maior. Mesmo se Fernández vencer as eleições e restabelecer impostos exorbitantes sobre as exportações, o impacto sobre os ganhos da Adecoagro seria de apenas 5%, segundo Fernanda Cunha, analista do Citigroup.
Além disso, como sua controladora não tem sede na Argentina, não está sujeita às restrições de controle de capital no país. “Qualquer política de dividendos, por exemplo, não seria afetada”, disse por telefone.
“As ações da Adecoagro refletem apenas as operações no Brasil”, disse Cunha, que tem recomendação de compra para a ação. “O negócio argentino sai quase de graça.”