Com crescimento acelerado de Covid-19, Bolsonaro diz que epidemia está no “finalzinho”
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que o Brasil está vivendo o “finalzinho da pandemia” de Covid-19, apesar de os dados oficiais mostraram que o país tem registrado números crescentes de novos casos e de mortes causadas pela doença.
“Me permitam falar um pouco do governo, que ainda estamos vivendo o finalzinho de pandemia”, disse o presidente ao discursar na inauguração da 2ª ponte do rio Guaíba, em Porto Alegre. “O nosso governo, levando-se em conta outros países do mundo, foi aquele que melhor se saiu, ou um dos que melhores se saíram na pandemia.”
O mais recente boletim do Ministério da Saúde, divulgado na quarta-feira, apontou o registro de 53.453 novos casos da doença, o maior número diario desde 13 de agosto, com um total de 6,7 milhões de pessoas afetadas desde o início da epidemia. As mortes chegam a 179 mil e, só na quarta, foram registrados 836 óbitos.
A média móvel do número de casos –que calcula uma média por dia usando os últimos 14 dias, já que muitas vezes os casos são registrados com atraso– chegou a 40,1 mil casos por dia, números que não eram vistos desde o final de agosto. Esse número dobrou no último mês.
A média móvel no número de mortes também voltou a crescer de forma acelerada, aproximando-se de 600 por dia. Há um mês, era de 379 por dia.
Praticamente todos os Estados registram crescimento significativo de casos, entre eles um dos mais graves é o Rio Grande do Sul, onde Bolsonaro estava. Ainda assim, o presidente disse que “o que aconteceu no início da pandemia não leva à nada”, referindo-se a políticas de fechamento de negócios e distanciamento.
“Devemos levar tranquilidade à população e não o caos”, afirmou. “Lamentamos as mortes profundamente e assim sendo, vamos vencendo obstáculos.”
Bolsonaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina como cura para a Covid-19, apesar de nenhum estudo no mundo ter conseguido comprovar a eficácia do medicamento, e chegou a dizer, sem ter nenhuma evidencia, que a epidemia não teria crescido na África porque no continente, por existir muitos casos de malária, as pessoas tomavam muito o medicamento.