AgroTimes

Com China de hors concours, mercado dos EUA mostra por que é sonho de consumo dos frigoríficos

06 set 2022, 15:25 - atualizado em 06 set 2022, 18:08
Carnes Suínos Alimentos Agronegócio
EUA dão preferência para carnes de cortes nobres nas importações (Imagem: Unsplash/
Edson Saldaña)

O que os Estados Unidos compraram de carne bovina de janeiro a agosto (123,1 mil toneladas) é menos do que a China levou apenas no mês passado (131,8 mil/t), mesmo assim o país é sonho de mercado dos frigoríficos brasileiros.

A fila de frigoríficos esperando habilitação para exportar para lá vai do Frigol ao Redentor, ou seja, do quarto maior grupo do setor no Brasil à pequena empresa do Mato Grosso – por sinal, temporariamente proibida pelos chineses de exportar carne para lá.

Todos querem se juntar ao JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) porque os EUA é o único país que tem capacidade de ampliar as compras do Brasil.

Foram mais de 82% em sete meses, na base anual de comparação com 2021, e com apenas 3 anos da autorização dada ao Brasil para voltar a exportar carne fresca.

Apesar do País negociar carne bovina para mais de 150 mercados, abaixo dos Estados Unidos, o segundo destino, são todos pequenos, e a distância vai se ampliando. A China disparadamente na frente está cada vez mais concorrida.

Os asiáticos importaram 31% nesse período registrado pela Abrafrigo, indo para 786,8 mil/t do total de 1,52 milhão/t.

Mas lutam para voltarem a ter domínio absoluto da produção de suínos, se recuperando da debacle da peste suína africana, e ser autossuficiente em frangos, o que em algum momento vai limitar as importações de carne bovina em algum teto

Os EUA, enquanto isso, tem população, conta com renda – apesar dos riscos apontados à economia em ponto de desaceleração -, possui alto consumo per capita e, ainda, paga bem, porque o salto que a carne in natura vem dando nas exportações é baseado em qualidade.

A receita brasileira em sete meses de 2022 com o destino da América do Norte foi de US$ 693,5 milhões (US$ 503 milhões em 2021).

E mesmo que seja um grande produtor, o país também é grande exportador para mercados caros – como Coreia do Sul, Japão e Europa, além de avançar sobre a China.

Como os frigoríficos locais não abrem mão desse faturamento externo, até por preservação do status de país líder no livre comércio, seguirão necessitando cada vez mais da carne importada para assegurar o abastecimento interno.

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