Commodities

Com avanço da Covid, Rússia apoia elevar produção da Opep+ em fevereiro

21 dez 2020, 16:14 - atualizado em 21 dez 2020, 16:16
OPEP Petróleo
O Brent chegou a cair para menos de US$ 50 o barril na segunda-feira, sob o impacto da decisão do governo do Reino Unido de decretar um lockdown total em Londres (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração)

A Rússia pretende apoiar um novo aumento da produção da Opep+ na reunião do grupo no próximo mês mesmo com a nova cepa do coronavírus, que levanta dúvidas sobre a demanda, disseram autoridades com conhecimento da política de petróleo do país.

Por enquanto, o governo de Moscou acredita que faz sentido aumentar a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados em 500 mil barris por dia em fevereiro, igualando o aumento já acordado para janeiro, disseram as autoridades, que não quiseram ser identificadas.

Seria o aumento máximo da oferta permitido pelo acordo fechado pelo cartel durante tensas negociações no início de dezembro. Outros membros precisariam concordar com a expansão da produção.

O Brent chegou a cair para menos de US$ 50 o barril na segunda-feira, sob o impacto da decisão do governo do Reino Unido de decretar um lockdown total em Londres e no sudeste da Inglaterra, depois que uma cepa mais contagiosa do coronavírus “saiu do controle”.

Alguns países da Europa, Ásia e Oriente Médio limitaram as viagens com o país. Uma nova onda de restrições de mobilidade poderia enfraquecer a recuperação do consumo global de petróleo.

Reações mais rápidas

A Opep+ decidiu fazer reuniões mensais para reagir mais rapidamente às mudanças no mercado e fazer ajustes graduais da produção, que são mais adequados para uma situação volátil.

O surgimento de uma variante do coronavírus de transmissão mais rápida na Europa ofusca a onda de otimismo econômico causada pela descoberta de várias vacinas. No entanto, a posição atual da Rússia indica que o país espera que o mercado seja capaz de absorver a oferta extra da Opep+.

Petroleo
A queda do preço do petróleo, puxado pelo lockdown no sudeste do Reino Unido e pela preocupação com a nova cepa de coronavírus (Imagem: Pixabay)

A demanda global por petróleo se recupera mais lentamente do que o esperado e pode levar até dois ou três anos para atingir os níveis pré-pandemia, disse o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, em fórum online de energia na segunda-feira.

A queda do preço do petróleo, puxado pelo lockdown no sudeste do Reino Unido e pela preocupação com a nova cepa de coronavírus, mostra como o mercado ainda está volátil, acrescentou.

Ainda assim, a Rússia vê necessidade de aumentar gradualmente a produção de petróleo conforme a demanda global se recupera, “sem perturbar o equilíbrio do mercado e sem criar superávit”, disse Novak. “Para os países exportadores de petróleo, isso é claramente importante.”

Não está claro se a Arábia Saudita, líder da Opep+ ao lado da Rússia, apoiará um aumento da produção na próxima reunião do grupo em 4 de janeiro. Nas negociações no início de dezembro, o ministro do Petróleo saudita, Abdulaziz bin Salman, foi a favor da manutenção dos atuais cortes de produção durante o primeiro trimestre e concordou com relutância com a redução gradual dos limites.

Depois de reuniões presenciais em Riade com Novak no sábado, o príncipe Abdulaziz não quis comentar se é a favor de um novo aumento da oferta, dizendo apenas que quer manter especuladores do mercado sob controle.

“Ninguém saberá o que faremos 4 de janeiro até o dia da reunião”, disse.

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