Com inflação e Selic nas alturas, é hora de investir no IPCA ou em juros ainda maiores?
A inflação e a taxa básica de juros estão nas alturas. Quem sai ganhando com este cenário é a renda fixa e os investidores que têm migrado para este tipo de investimento.
No primeiro trimestre de 2022, de acordo com dados divulgados pela Anbima, a renda fixa foi responsável por R$ 89,1 bilhões (84,7%) do volume total de captações do mercado financeiro, com potencial de acréscimo de R$ 19,7 bilhões decorrentes de ofertas ICVM 400 que se encontram em análise.
Na última semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,62% em março, maior taxa para o mês em 28 anos, antes mesmo da implantação do Plano Real.
Além disso, na última reunião do Copom, em março, o Banco Central (BC) elevou a Selic em 1 ponto percentual, para 11,75%. Apesar do presidente do BC, Roberto Campos Neto, ter sinalizado um possível fim do ciclo de aperto monetário em maio, já tem especialista do mercado enxergando a taxa acima de 13,5% ao ano.
Diante deste cenário, a renda fixa ganha ainda mais destaque e um espaço extra na carteira dos investidores. Mas, afinal, com inflação e juros em patamares elevados, vale mais a pena investir em títulos atrelados ao IPCA ou à Selic?
Juros ou inflação? Onde investir?
Milena Araujo, especialista da Nexgen Capital, afirma que, diante do atual cenário econômico, a renda fixa está “muito atrativa”.
Para a especialista, o interessante é dividir o peso dos investimentos, alocando parte do capital no crédito privado e em ativos ligados ao IPCA, e a outra parte em ativos atrelados ao CDI, que é o espelho da taxa Selic.
Nos investimentos do IPCA, a ideia é proteger o poder de compra da inflação. Já na Selic, o objetivo é lucrar em cima dos juros que vêm apresentando um tom mais agressivo nos últimos meses.
Para o BTG Pactual e a XP Investimentos, com base em suas carteiras recomendadas de renda fixa para abril, o ideal é investir a maior parte do seu capital em ativos que ganham em cima da Selic, como o Tesouro Selic, os CDBs, e os LCIs e LCAs.
As carteiras do banco e da corretora consolidadas mostram uma preferência de 76% por títulos pós-fixados.
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