Coluna do André Galhardo

Índice de atividade econômica do BC é o destaque da semana; IGP-10 marca fim do ‘efeito Itaipu’

17 fev 2025, 7:30 - atualizado em 17 fev 2025, 7:33
IBC-Br prévia pib brasil
(Imagem: Getty Images/Canva Pro)

Veja os indicadores econômicos que serão destaques entre os dias 17 e 21 de fevereiro, com projeções e comentários.

Após quatro meses de alta, IBC-Br deve registrar maior recuo mensal em 19 meses

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que será divulgado nesta segunda-feira (17), deve apresentar uma queda de 1,3% em dezembro de 2024, refletindo os recuos disseminados da atividade produtiva e comercial no país. Apesar do recuo na margem, o indicador ainda deve apontar para um crescimento anual acima de 3,0%, ligeiramente abaixo da projeção do PIB de 3,4% para 2024. 

Alta nas commodities e fim do bônus de Itaipu devem atenuar a desaceleração do IGP-10 em fevereiro

Após subir 0,53% em janeiro, o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), também divulgado nesta segunda-feira (17), deve desacelerar para 0,16% neste mês, em um movimento mais moderado do que o observado recentemente no IGP-M e no IGP-DI de janeiro. O mercado estará atento, em especial, aos dados da construção civil, já que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) do IGP-DI atingiu seu maior nível em quase nove anos, desconsiderando o salto inflacionário ocorrido durante a pandemia.

A recente alta no custo da mão de obra no setor tem reacendido o debate sobre o nível de atividade econômica e seus possíveis impactos nos índices de preços. Nesse contexto, vale destacar que, apesar da desaceleração do IPCA em janeiro de 2025, influenciada pelo bônus de Itaipu, os dados qualitativos indicam que o núcleo EX2, mais sensível ao ciclo econômico, passou a liderar entre os núcleos de inflação acompanhados pelo Banco Central. De forma geral, o aumento expressivo do EX2 no acumulado de 12 meses, especialmente nos últimos quatro meses, deve manter essa discussão em evidência nos próximos dias.

Dados de atividade econômica e inflação devem levar o Fed a adotar tom mais rígido na ata do FOMC

 Depois dos diversos indicadores do mercado de trabalho sugerirem uma discreta perda de tração da economia norte-americana, dados da indústria e da inflação mostram que os desafios de fazer a variação de preços convergir à meta de 2% permanecem. A expectativa de que uma enxurrada de tarifas no segundo trimestre distendeu o chamado efeito-Trump sobre a economia. Em 2024, a vitória do então candidato Republicano criou um movimento de antecipação de embarques e produção por parte do setor produtivo norte-americano. A prorrogação constante das tarifas promovida por Donald Trump pode ter prolongado esse movimento, refletindo-se no desempenho da indústria, que em janeiro superou as projeções do mercado, enquanto indicadores do setor de serviços e do varejo apontam para uma trajetória mais fraca. 

Crédito recorde na China pode levar Banco Central a manter juros inalterados

Dados do Banco Popular da China (PBoC) indicam que aproximadamente US$703 bilhões foram concedidos ao setor não financeiro no primeiro mês do ano, um aumento de cerca de 4,3% em relação ao mesmo período de 2024. Esse montante sinaliza que parte do setor financeiro está atuando para sustentar o atual ritmo de expansão econômica. Diante do forte apetite por crédito e do tom relativamente mais brando do presidente dos Estados Unidos em relação às questões comerciais, o PBoC pode optar por adiar eventuais cortes nas taxas de juros. Em tese, a autoridade monetária chinesa pode preferir preservar seus instrumentos de estímulo enquanto as condições macroeconômicas seguem relativamente estáveis.

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Consultor Econômico da plataforma Remessa Online
Professor e mestre em Economia Política, Galhardo também é economista-chefe da consultoria Análise Econômica, coordenador e professor universitário nos cursos de Ciências Econômicas, Administração e Relações Internacionais e Mestre em Economia Política pela PUC-SP. Ele possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público
andre.galhardo@autor.www.moneytimes.com.br
Professor e mestre em Economia Política, Galhardo também é economista-chefe da consultoria Análise Econômica, coordenador e professor universitário nos cursos de Ciências Econômicas, Administração e Relações Internacionais e Mestre em Economia Política pela PUC-SP. Ele possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público
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