Colômbia suspende tarifa de importação de milho, soja e sorgo até 30 de junho
A Colômbia vai suspender as tarifas de importação de milho, soja e sorgo até o final de junho para reduzir os custos da produção agrícola em meio à crise global causada pela pandemia de coronavírus, disse o Ministério da Agricultura do país nesta quinta-feira.
Rações animais representam até 60% dos custos locais, segundo comunicado do ministro Rodolfo Zea. Ele explicou que os preços aumentaram devido à recente queda do valor do peso frente ao dólar.
“Estamos introduzindo essa medida para ajudar a controlar os custos de produção, que no final das contas afetariam os preços para os consumidores”, disse Zea.
A suspensão das tarifas reduz o custo para as importações provenientes de países como Brasil e Argentina, num potencial golpe aos exportadores dos Estados Unidos.
Os norte-americanos vinham aproveitando taxas reduzidas para acesso ao mercado colombiano desde que um acordo bilateral entrou em vigor em 2012 –a partir de então, a Colômbia se tornou a terceira maior importadora de milho e farelo de soja dos EUA.
Exportadores norte-americanos disseram que a suspensão das tarifas coloca os preços dos EUA em linha com os dos grãos sul-americanos.
“Isso definitivamente não é bom para nós”, disse um exportador dos EUA, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a falar com a imprensa.
“O primeiro impacto vai ser no farelo de soja. Se prorrogarem isso, podemos ver o milho sofrendo também, pois a safra sul-americana entra na parada.”
Além de controlar custos, o ministério disse que a medida é tomada porque a Colômbia não é autossuficiente na produção de milho, sorgo, soja e farelo de soja. Nesse sentido, a pasta também planeja estabelecer uma série de iniciativas para aumentar a produção local de cereais, acrescentou.